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Escolas vão ter nível zero para alunos estrangeiros que não falam português

Com a chegada de imigrantes, a realidade nas escolas alterou-se profundamente. Nos dois últimos anos letivos, o número de alunos estrangeiros duplicou. Em média, os agrupamentos escolares têm crianças de 19 nacionalidades.

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A entrada de 14 mil novos alunos estrangeiros no início do ano letivo levou o Governo a rever a distribuição dos mediadores linguísticos e culturais, peças essenciais na inclusão nas escolas.

Em média, os agrupamentos acolhem estudantes de 19 nacionalidades. Mais de 70% são provenientes da comunidade de países de Língua Portuguesa; os restantes tratam-se de estrangeiros com pouco ou nenhum contato com a cultura portuguesa.

Perante esta diversidade, o Ministério da Educação autorizou a contratação de quase 290 mediadores, mais 15 do que o valor inicialmente previsto.

O objetivo é ajudar na adaptação ao sistema educativo e na aprendizagem da língua portuguesa, uma barreira que acaba por afetar diretamente o desempenho. Esta contratação vai ser feita diretamente pelas escolas.

Nos critérios de recrutamento definidos pela tutela, os mediadores têm de ter cidadania portuguesa ou estrangeira com "presença regularizada em Portugal", dominar o Português e pelo menos uma língua estrangeira a definir pela escola e também ausência de antecedentes criminais.

Criado o nível zero

O Plano Aprender Mais Agora prevê ainda alterações na disciplina português Língua Não Materna. Foi criado um nível zero para os alunos que não tiveram qualquer contacto prévio com a língua portuguesa ou com o alfabeto latino e ajustaram-se os testes de diagnóstico.

Nos dois últimos anos letivos, o número de alunos estrangeiros passou de 70 mil para 140 mil.