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Entrevista SIC Notícias

Crise na habitação: Vida Justa denuncia aumento das demolições na Área Metropolitana de Lisboa

Em entrevista na SIC Notícias, Luísa Semedo, representante da organização Vida Justa, diz que têm recebido muitos pedidos de emergência de pessoas que vivem em situações precárias e têm recorrido cada vez mais à autoconstrução.

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A organização Vida Justa denuncia o aumento das demolições na Área Metropolitana de Lisboa (AML) sem que sejam garantidas alternativas de habitação para os moradores. Luísa Semedo tem dados concretos que confirma esta realidade e dá conta de uma situação dramática.

"Nós temos estado com pedidos de emergência recorrentes, de situações de pessoas em contextos diferentes, desde Lisboa à Margem Sul, que têm estado com essa precariedade e têm recorrido cada vez mais à autoconstrução da migração".

Sobre o perfil dos que mais pedem ajuda, a representante da organização diz que "são pessoas que deixam de ter a condição de conseguir pagar uma renda. A partir do momento que o salário mínimo é o valor ou inferior a uma renda mensal, sem termos em conta a eletricidade e todas as despesas a cargo de uma pessoa, torna-se completamente, humanamente, impossível de suportar".

Quanto ao número de famílias afetadas, Luísa Semedo explica que depende das zonas, mas ascendem às centenas em vários bairros da AML.

"No bairro de Penajóia [Almada], temos cerca de 500 famílias. Estamos a falar aqui mais ou menos só de um bairro. Logo ao lado, temos o bairro do Raposo, que também um bairro de autoconstrução, a que as pessoas tiveram de recorrer para sobreviver, que é em média é um pouco menor, mas também à volta de 250, 300 famílias.
Temos na Costa da Caparica também e é assim um número vasto. Ou seja, estou a falar relativamente à Margem Sul", refere a representante da organização Vida Justa, apontando também a situação crítica que se vive em Lourdes e noutras zonas da AML.