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ENTREVISTA SIC NOTÍCIAS

Luís Montenegro "não se pode apresentar como vítima porque ele provocou e gerou a crise"

Na sequência da polémica que envolve a Spinumviva, Francisco Louçã defende que o comportamento do primeiro-ministro é "condenável e insuportável" e que se o país tiver novas eleições, Luís Montenegro não poderá adotar o papel da "vítima".

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O Governo vive uma crise política na sequência da polémica que envolve a Spinumviva, empresa familiar de Luís Montenegro. O Presidente da República não foi ouvido pelo primeiro-ministro no dia da declaração do sábado passado. Montenegro só ligou para Belém depois de ter falado ao país, mas Marcelo Rebelo de Sousa já não atendeu.

"Primeiro-ministro tem direito de não ligar mas podia ouvir a minha opinião", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Em entrevista à SIC Notícias, Francisco Louçã considera que uma eventual dissolução do Parlamento seria um "enorme peso" para Marcelo Rebelo de Sousa, já que seria a terceira vez no mandato.

O PCP apresentou uma moção de censura com o objetivo de derrubar o Governo, mas o Partido Socialista (PS) já fez saber que terá chumbo garantido por parte dos socialistas. Também o Chega o Chega deu a mesma garantia, aproveitando para ir ainda mais longe ao exigir que o Executivo apresente uma moção de confiança.

"Luís Montenegro ameaçou a moção de confiança num caso de uma empresa em que é uma avença de uma empresa de casinos. Em que há uma aparência de promiscuidade, um conjunto de perguntas não esclarecidas sobre um comportamento pessoal dele que é tudo. Condenável e insuportável. O que quer dizer que ao provocar uma moção de confiança e ir a eleições, não se pode apresentar como vítima porque ele provocou a crise e gerou a crise", defende o ex-coordenador do Bloco de Esquerda (BE).