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Análise

Legislativas antecipadas? “É uma brutalidade de eleições”

Adriana Cardoso, comentadora da SIC, analisa a atualidade política nacional, num cenário de moção de confiança ao Parlamento e de possíveis eleições legislativas antecipadas.

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O Conselho de Ministro vai aprovar esta sexta-feira a moção de confiança ao Parlamento, que deverá ter chumbo garantido. O Presidente da República admite convocar eleições antecipadas e já antevê datas: 11 ou 18 de maio. Marcelo Rebelo de Sousa quer ouvir os partidos e o Conselho de Estado se a moção de confiança ao Governo for rejeitada.

“Luís Montenegro jogou com duas circunstâncias: a impopularidade de Pedro Nuno Santos dentro do seu partido e para os portugueses e quanto mais cedo se atravessar para ir a eleições, mais consegue estancar esta circunstância do caso e até a oposição dentro do seu próprio partido”, considera Adriana Cardoso.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou, durante o debate da moção de censura apresentada pelo PCP, a apresentação de uma moção de confiança ao Executivo, considerando que não ficou claro que os partidos tenham dado ao Governo condições para continuar.

No sábado à noite, o primeiro-ministro tinha admitido avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se o Executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa.

Luís Montenegro fez esta declaração após ter sido noticiado pelo Expresso que a empresa Spinumviva - até sábado detida pela sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, e filhos -, recebia uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde, que representou como advogado antes de ser presidente do PSD.

Entretanto, a Solverde decidiu cessar contrato com a Spinumviva. O anúncio foi feito através de um comunicado divulgado esta quarta-feira.

"Em sete meses vamos ter três eleições"

A possibilidade de eleições antecipadas vai mexer com as autárquicas e presidenciais, já previstas para este ano e para 2026 respetivamente.

“Em sete meses vamos ter três eleições. Nós vamos ter em maio, depois vamos ter outra vez em setembro ou outubro e depois vamos ter outra vez em janeiro. Portanto, é uma brutalidade de eleições e todos os calendários depois atrasam-se”, sublinha a comentadora da SIC, já antevendo o cenário de legislativas antecipadas.