Na Assembleia da República, antes de se iniciar os trabalhos, todas as bancadas prestaram condolências pela morte de Miguel Macedo. Os discursos mais emocionados foram os de João Almeida, do CDS, e Hugo Soares, do PSD.
Visivelmente consternado, João Almeida recordou o ex-ministro como alguém que “prestigiou muito” tanto o Parlamento como “o serviço público.
“A política deu-me a enorme honra de servir o país sob sua direção. Foram muitas horas de trabalho conjunto e muitos quilómetros percorridos pelo país”, começou por dizer.
“Podia aqui falar do seu legado de estadista, do seu extraordinário sentido de humor, de muitas caraterísticas que tinha que eram positivas, mas não conseguiria dizer e fazer a homenagem que felizmente tantas ouvi, e depois da política ter sido ingrata com ele, porque foi, ouvir tantas vezes o que dizem polícias, guardas, bombeiros sobre o que era ter sido um ministro como Miguel Macedo”.
E por isso, João Almeida, que foi secretário de Estado quando o antigo ministro estava no Governo, diz que “é isso que devemos lembrar" de Miguel Macedo.
"Devemos lembrar a capacidade de quando assumia funções públicas, não as assumia só por si, mas por todos aqueles que seguiam sobre a sua orientação".
“Perdi um grande amigo”
Também num discurso emocionado, evocando Miguel Macedo como “um verdadeiro príncipe da política”, Hugo Soares começou por agradecer todas as palavras dos grupos parlamentares.
De seguida descreveu o antigo ministro como “alguém de uma integridade à prova de bala, de uma lealdade no combate político que era rara e de uma competência em tudo que fazia”.
“Numa hora como esta, que expresso também à família as minhas mais sentidas condolências, não sei se o Miguel teria muita gente para escolher para fazer esta intervenção num momento como este. Mas tenho a certeza que de alguns que ele pudesse escolher, ele gostava muito que fosse o puto, como ele sempre me chamou, a puder fazê-lo”.
“O país perdeu um dos seus melhores, o PSD perdeu um dos seus grandes, eu perdi um grande amigo”, finalizou.
Também os outros partidos lembraram Miguel Macedo como alguém “leal” e que “serviu o país com respeito pela causa pública”.