A cocaína, embalada no Brasil, viajaria escondida em malas que aterravam sobretudo em Lisboa e no Porto e, para fugir ao habitual controlo policial, a rede pagaria os serviços de funcionários no aeroporto já identificados.
A PJ acredita que o cantor Nininho faria parte da organização criminosa, ainda que não tivesse qualquer função de liderança.
A investigação terá recolhido indícios que apontam para o envolvimento do músico desde 2021 e tem sinalizada, de resto, pelo menos uma viagem de Nininho até Espanha, durante a qual terá sido uma espécie de correio de droga. O advogado nega.
Advogado defende inocência do cantor
“Isso é completamente mentira e diria mais: é ilógico, uma vez que para o meu cliente ter transportado droga para Espanha, o que estão a insinuar é que, provavelmente, o teria feito nos camiões que transportam os cantores. Em nenhum momento deu um concerto em Espanha”, afirmou à SIC o advogado Carlos Melo Alves.
Durante as buscas, os inspetores da PJ terão encontrado, na casa do cantor no Montijo, um telemóvel equipado com o Sky - um sistema de comunicações codificado para escapar às autoridades e bem conhecido dos traficantes.
Nininho Vaz Maia jura inocência.
“Está mesmo inocente. Não foi apresentado qualquer elemento de prova no sentido de o relacionar com quaisquer factos que tenham que ver com o tráfico de estupefacientes ou com o crime de associação criminosa”, garante o advogado.
O alegado líder do grupo, Mauro Wilson, está identificado pela Judiciária, mas continua em parte incerta. No momento das buscas não se encontrava em casa.
É empresário no setor da construção civil, dos transportes e do ramo automóvel, e irmão de uma advogada com escritório em Lisboa, também alvo de buscas e já constituída arguida. Ambos são sócios numa das quatro empresas sob suspeita.