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Afogamentos de crianças aumentam: são a segunda maior causa de morte acidental

De acordo com o último relatório de afogamentos de crianças e jovens em Portugal, entre 2020 e 2022, houve um aumento do número de acidentes fatais. Nesses três anos, morreram, em média, 15 crianças afogadas por ano.

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Os afogamentos de crianças continuam a aumentar. De acordo com os dados mais recentes, 2022 foi o pior ano registado, com um total de 19 crianças afogadas. As piscinas são um dos locais onde há mais acidentes.  

Os afogamentos são a segunda causa de morte acidental mais frequente em crianças. 

Raquel Urbano, do Instituto de Sobrevivência Aquática de Bebés, sublinha que a “primeira linha” para evitar estes acidentes é mesmo “a supervisão de um adulto”, sempre que a criança entra na piscina ou no mar. 

Aconselha também a frequência de cursos de sobrevivência aquática, para as crianças saberemcomo reagir se caírem à água”. Mas há mais medidas de prevenção a pôr em prática: barreiras na piscina, alarmes e formação em socorrismo por parte dos pais. 

"Às vezes, são dois minutos: o tempo de atender o telefone"

De acordo com o último relatório de afogamentos de crianças e jovens em Portugal, entre 2020 e 2022, houve um aumento do número de acidentes fatais. Nessestrês anos, morreram, em média, 15 crianças afogadas por ano - sendo 2022 o ano mais fatal.Uma situação que tem seguido uma tendência crescente nos últimos verões. 

“É doloroso, ano após ano, este padrão, que é tão conhecido, continuar. Crianças a perderem a vida”, lamenta Sandra Nascimento, da Associação para a Promoção da Segurança Infantil. 

A maior parte dos acidentes acontece em crianças até aos 4 anos e em adolescentes entre os 15 e os 19 anos. Os afogamentos ocorrem, sobretudo, em piscinas, mas também em banheiras e pequenos recipientes com água. 

“É mesmo muito rápido. Estamos a falar, às vezes, de dois minutos: o tempo em que as pessoas se levantam para ir atender o telefone, para mexer a sopa, para estender a roupa,... E nunca lhes passa pela cabeça que, quando voltarem, a criança pode já ter entrado num processo de afogamento”, nota Sandra Nascimento.

Só no último mês, foram noticiados vários casos de afogamento de crianças. O mais mediático está relacionado com os dois irmãos, de 11 e 16 anos, que desapareceram na Praia de Pedrogão.