Uma das empresas geridas pelo cunhado do ministro da Presidência, que está entre as investigadas por suspeitas de viciação de contratos públicos, ganhou mais um fornecimento de helicópteros de combate a fogos.
O negócio, de quase 12 milhões de euros, foi assinado na véspera da tomada de posse do novo Governo. António Leitão Amaro veio negar esta manhã qualquer relação com o caso.
A Operação Torre de Controlo levou a dezenas de buscas em instalações do Estado-Maior da Força Aérea e de empresas de meios aéreos no final de maio.
Há suspeitas de corrupção e viciação das regras de contratação pública, num esquema que terá lesado o Estado em negócios que rondam os 100 milhões de euros.
Uma das empresas alvo de buscas, como a SIC revelou na altura, é a Gesticopter - à qual têm ligações o cunhado e o irmão do ministro da Presidência.
Este sábado, o Correio da Manhã avança que a empresa investigada venceu mais um concurso público para fornecer helicópteros de combate a fogos. Desta vez, por quase 12 milhões de euros.
Leitão Amaro pediu escusa e nega interferência
O contrato, divulgado no portal da contratação pública, foi assinado esta quarta-feira, véspera da tomada de posse do novo Governo. Mas já estava adjudicado desde 16 de maio, por menos 880 euros do que o preço-base do concurso. Uma notícia a que Leitão Amaro reagiu, também este sábado, em comunicado.
O ministro insiste que a seleção e contratação de meios aéreos para combate a incêndios ou para o INEM não são feitas pelo Governo. E que, desde abril, pediu escusa de qualquer discussão sobre o tema.
O ministro da Presidência garante que a escusa foi respeitada e que não falou do assunto com o cunhado, Ricardo Leitão Machado, nem com o irmão.
E que não tem qualquer participação ou interesse nas empresas visadas pela investigação.