As falhas no socorro multiplicam-se e fazem aumentar a contestação à ministra da Saúde. Ana Paula Martins afirma que resolver os problemas doInstituto Nacional de Emergência Médica (INEM) lhe consome a maior parte do tempo. Mas, em casos recentes, responsabilizou o instituto e recusou demitir-se.
Em novembro do ano passado, durante uma greve do INEM, Ana Paula Martins decidiu visitar as instalações e quis deixar claro a importância que os problemas do INEM tinham na sua pasta.
"A matéria é de tal maneira importante, urgente e prioritária que o meu tempo no dia a dia tem que ser dedicado em mais de 70% a resolver os problemas do INEM”, afirmou, na altura, a governante.
Mas 70% do tempo da ministra da Saúde parece não chegar para resolver as falhas. Mais de meio ano depois, os problemas continuam e agora a tutela desresponsabiliza-se quanto ao transporte aéreo de doentes urgentes.
Ainda durante a última semana, Ana Paula Martins disse que era a Força Aérea que assegurava todos os meios ao serviço de emergência médica, mas não revelou detalhes sobre o número de meios disponibilizados.
Nem sobre o número de meios, nem sobre os contratos com a empresa Gulf Med - que venceu um concurso internacional, para prestar serviços, mas não começou a cumprir o contrato por falta dos helicópteros com que se candidatou. A solução encontrada foi um ajuste direto. A ministra também não explica.
De qualquer das formas, Ana Paula Martins exclui a possibilidade de se demitir e remete as decisões para o primeiro-ministro.
"No dia em que o senhor primeiro-ministro entender que chegou ao fim a minha missão, nesse dia eu termino. Ate lá, permanecerei, porque governar é enfrentar problemas", declarou.