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Diretor nacional da PSP e ministra no Parlamento para explicar operação no Martim Moniz

As audições, que tiveram apenas o voto contra do Chega, ainda não têm data marcada. Quando ocorreu esta operação policial, em 19 de dezembro passado, a ministra Maria Lúcia Amaral desempenhava as funções de Provedora de Justiça, entidade que apontou "falhas" na atuação policial.

Populares caminham na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa
Populares caminham na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, em Lisboa
MIGUEL A. LOPES

A Comissão de Assuntos Constitucionais aprovou esta quarta-feira as audições propostas pelo PS com o diretor nacional da PSP e com a ministra da Administração Interna sobre a operação policial realizada em dezembro, no Martim Moniz, em Lisboa.

Estas audições com o superintendente-chefe Luís Miguel Ribeiro Carrilho e Maria Lúcia Amaral tiveram apenas o voto contra do Chega, mas ainda não têm data marcada.

Na altura em que ocorreu esta operação policial, em 19 de dezembro passado, a ministra Maria Lúcia Amaral desempenhava as funções de Provedora de Justiça, entidade que apontou "falhas" na atuação policial.

Na apresentação do requerimento, a deputada socialista Isabel Moreira salientou precisamente as falhas então referidas pela Provedoria de Justiça nessa operação, designadamente em relação "à forma intrusiva e prolongada" como foram efetuadas as revistas, para mais "com acompanhamento da comunicação social, o que mediatizou a operação".

Operação poderá ter "violado princípios estruturantes do Estado de Direito"

Isabel Moreira advogou também que a forma como decorreu a operação de 19 de dezembro passado, em nome do combate à imigração ilegal, combate à criminalidade e ao tráfico de droga, poderá ter "violado princípios estruturantes do Estado de Direito".

O vice-presidente da bancada do PSD António Rodrigues discordou da análise antes apresentada pela socialista Isabel Moreira, mas adiantou que os sociais-democratas iriam viabilizar as duas audições.

António Rodrigues assinalou que este tema já foi discutido na Comissão de Assuntos Constitucionais e fez uma alusão ao teor do relatório da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAE), segundo o qual "não houve qualquer atropelo às normas" inerentes a uma operação policial.

Perante esta posição do PSD, o deputado do Chega Nuno Gabriel manifestou-se surpreendido com os sociais-democratas e falou mesmo em "hipocrisia", contrapondo que "já se concluiu que a operação" na rua de Benformoso "teve a proporcionalidade adequada".

Logo a seguir, o deputado do CDS João Almeida considerou "da maior utilidade" as audições com o diretor nacional da PSP e com a ministra da Administração Interna.

"Ficou óbvio para a generalidade das pessoas a importância dessa operação policial, mas o PS parece que ainda não percebeu", acrescentou.

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