“Para mim não é barraca, é uma casa”, diz um homem, que não quis ser identificado, que conseguiu escapar às demolições por decisão do tribunal, que aceitou uma providência cautelar e travou os buldozers da Câmara de Loures. Agora serve de âncora a um conjunto de tendas instaladas pelos vizinhos que ficaram na rua.
Gente que morava onde só ficaram destroços, amontados desde segunda-feira até à madrugada deste sábado, quando a Câmara voltou com a estranha curiosidade de o ter feito três horas antes duma ação de voluntariado programada pelo Movimento Vida Justa para limpar o perigo instalado entre os que ali continuam a viver.
Câmara diz que só 5 famílias aceitaram apoio
Os desalojados queixam-se do elevado custo das rendas de casa. A Câmara de Loures emitiu um comunicado a informar que só cinco dos 55 agregados que a autarquia desalojou aceitaram apoio ao pagamento da primeira da renda e da caução.
10 famílias terão recusado ou não manifestado interesse no apoio do município, outras 14 foram viver com familiares, mas a Câmara afiança que está a apoiar de alguma maneira 20 das 55 famílias envolvidas.