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Cidadania sem género e quase sem sexualidade: um retrocesso para a educação portuguesa?

O Governo anunciou mudanças na disciplina de Cidadania, principalmente na área da sexualidade, que entrarão em vigor em setembro. Especialistas em saúde infantil e diretores escolares criticam a decisão, considerando-a um retrocesso e alertando para os riscos no desenvolvimento saudável dos alunos.

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As mudanças na disciplina de Cidadania continuam a gerar críticas. Especialistas em saúde infantil e diretores de escolas consideram que a decisão do Governo representa um retrocesso e alertam para os riscos que poderá trazer para muitas crianças.

Depois das dúvidas inicialmente levantadas, a confirmação chegou com a apresentação formal do novo programa, que estará em consulta pública até ao final da próxima semana.

A disciplina de Cidadania vai mesmo sofrer alterações a partir de setembro, sobretudo na área da sexualidade, com quase todos os conteúdos atualmente lecionados a serem removidos.

Além de considerarem a decisão um passo atrás, diretores escolares e especialistas alertam que esta mudança pode ser perigosa para o desenvolvimento saudável dos alunos.

O ministro da Educação afirma que as críticas são precipitadas e garante que ainda há margem para melhorar as Aprendizagens Essenciais, que vão passar a incluir oito dimensões obrigatórias. Os temas ligados à sexualidade, segundo o Governo, passarão a estar incluídos na dimensão da saúde.

No entanto, a identidade de género, que faz atualmente parte do programa em vigor, ficará de fora das novas Aprendizagens Essenciais.

Outro problema registado foi o bloqueio dos dois links disponibilizados pelo Ministério da Educação, destinados à participação pública na Estratégia de Educação para a Cidadania e nas novas Aprendizagens Essenciais da disciplina. Esta terça-feira, o acesso aos formulários esteve indisponível durante várias horas.