As investigações vão revelando novos padrões ao longo dos anos. É notório para a Polícia Judiciário (PJ) que os números têm aumentado. Desde 2022, 190 pessoas foram detidas por pornografia de menores. A grande maioria homens entre os 18 e os 30 anos.
É o que revela Carla Costa, inspetora-chefe da unidade nacional de combate ao cibercrime da PJ, ao Jornal de notícias. Já foram identificados conteúdos produzidos no país que envolvem os agressores e as vítimas, partilhados online por vezes na darkweb.
Entre os detidos, os inspetores encontram suspeitos bem inseridos socialmente, casados e com filhos, mas a grande maioria vive com os pais ou sozinho. Quanto às seis mulheres detidas, na maior parte dos casos tiveram acesso direto às crianças e cometem abusos em contexto intra-familiar. Partilham os conteúdos online em troca de dinheiro.
A PJ assume que há dificuldades em controlar as medidas de coação aplicadas que são quase sempre a proibição de acesso à internet. A posse de pornografia de menores é punível até dois anos, a produção e distribuição dos conteúdos pode chegar aos 5 anos.
O maior acesso ao mundo digital pelas crianças tem aumentado as preocupações e a exposição possíveis agressores.