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Investigado por corrupção, secretário de Estado da Agricultura lamenta exposição da vida privada

João Moura criticou a divulgação de notícias que expõem a vida privada dos cidadãos, numa altura em que está a ser investigado por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, relacionadas com movimentações financeiras de empresas das quais é sócio-gerente.

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O secretário de Estado da Agricultura considerou "lamentável" que sejam divulgadas notícias que exponham a vida privada dos cidadãos. A declaração foi feita durante uma reunião da Assembleia Municipal de Ourém, liderada pelo próprio, no mesmo dia em que se soube que está a ser alvo de uma investigação.

Além de ocupar o cargo no Governo de Luís Montenegro, João Moura é também presidente da Assembleia Municipal de Ourém.

A reunião desta segunda-feira à tarde foi a última sessão daquele órgão antes das próximas eleições autárquicas. Coincidiu com o dia em que foi tornado público que João Moura está a ser investigado.

Num tom de desabafo, sem que ninguém lhe tenha perguntado diretamente e sem mencionar o caso em concreto, o secretário de Estado lamentou a exposição pública de aspetos da sua vida privada.

Horas antes, o Correio da Manhã avançava que João Moura está a ser investigado por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais.

Em causa estarão alegadas movimentações financeiras realizadas por duas empresas nas quais o governante é sócio-gerente em conjunto com a sua mulher. Uma dessas operações terá envolvido a compra de um imóvel destinado a agroturismo.

Antes de assumir funções como secretário de Estado, João Moura terá suspendido a sua quota de 50% numa dessas empresas, passando a sua mulher, Ana Raquel Rodrigues, a figurar como única sócio-gerente.

Diz desconhecer investigação

Questionado pela SIC, o secretário de Estado garantiu desconhecer a existência de qualquer investigação em curso.

Não é a primeira vez que as empresas de João Moura estão envolvidas em situações que levantam dúvidas. Há cinco anos, a empresa Quadrado ao Metro celebrou um contrato por ajuste direto com a Câmara Municipal de Ourém, no valor de 65 mil euros. Na altura, João Moura já liderava a Assembleia Municipal daquele concelho.

O caso foi denunciado por Paulo Morais, presidente da associação Frente Cívica, que atualmente é candidato à Câmara Municipal de Viana do Castelo pelo PSD.

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