Ao contrário do que foi anunciado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), os quatro helicópteros de emergência médica, operados pela empresa maltesa Gulf Med, não vão estar a funcionar em pleno "dentro de poucas semanas", de acordo com o Jornal Público.
Confrontado pelo Público, o INEM não especifica "a data para o contrato assinado na sequência de o concurso público entrar em vigor". No entanto, a resposta já permite perceber que o prazo apontado pela ministra da Saúde não será cumprido.
Na resposta, o INEM salienta que “o início da prestação de serviço pela nova empresa está a decorrer de forma gradual, de modo a garantir-se o cumprimento de todos os requisitos da legislação aeronáutica europeia, essencialmente relacionados com a segurança da operação”.
Também contactada pelo Público, a Gulf Med recusou-se a esclarecer quando é que as quatro aeronaves estarão efetivamente a operar 24 horas por dia.
É mais uma promessa da ministra da Saúde que não deverá concretizar-se. Ana Paula Martins, que vai ser ouvida esta quarta-feira no Parlamento a pedido de vários partidos, tinha assegurado que quatro helicópteros estariam a funcionar 24 horas por dia o mais tardar até ao final deste mês.
De acordo com o INEM, o Serviço de Helicópteros de Emergência Médica está atualmente a "operar com três helicópteros em regime de 12 horas diurnas, sediados em Macedo de Cavaleiros, Évora e Loulé", dispositivo acrescido com o apoio da Força Aérea Portuguesa (FAP).
40 milhões de euros investidos
O concurso público internacional foi lançado em novembro de 2024, tendo a decisão final de adjudicação à Gulf Med sido anunciada em março deste ano, prevendo a operação de quatro helicópteros que ficarão nas bases do INEM de Macedo de Cavaleiros, Viseu, Évora e Loulé entre julho de 2025 e o final de 2030.
O investimento nos quatro helicópteros Airbus H145 foi de 40 milhões de euros e pretende também desenvolver a formação de pilotos portugueses e criar uma organização de formação certificada em Portugal.
