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Tenente-general Alípio Tomé Pinto vai presidir à comissão dos 50 anos do 25 de Novembro

Também vão fazer parte desta comissão um representante designado pela ministra da Cultura, o diretor-geral de Política de Defesa Nacional, o presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, um representante da Sociedade Histórica da Independência Nacional e um representante da Associação de Comandos.

Tenente-general Alípio Tomé Pinto vai presidir à comissão dos 50 anos do 25 de Novembro
ANTÓNIO COTRIM

O tenente-general Alípio Tomé Pinto vai presidir à comissão criada pelo Governo para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, adiantou à Lusa o Ministério da Defesa Nacional.

Numa nota enviada à Lusa lê-se que o tenente-general foi indicado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, que anunciou a criação desta comissão no passado dia 28 de agosto.

Segundo uma nota biográfica, divulgada pela tutela, Alípio Tomé Pinto "teve um papel decisivo no 25 de novembro de 1975, ao lado do então tenente-coronel Ramalho Eanes, ajudando de forma decisiva, na consolidação da democracia em Portugal".

Tomé Pinto nasceu no concelho da Torre de Moncorvo, distrito de Bragança, em 1936, e é licenciado em Ciências Militares, tendo seguido a carreira no Exército.

Aos 30 anos foi promovido, por distinção, a major, "tendo atingido o posto de oficial general com cerca de 45 anos".

Entre 1961 e 1974 esteve na guerra do Ultramar, em Angola e na Guiné, "onde os seus atos ficaram reconhecidos como "heróicos de abnegação e de valentia extraordinários", recebendo as mais altas condecorações, incluindo a medalha de Valor Militar", lê-se na nota do ministério.

Comandou a Guarda Nacional Republicana (GNR) entre agosto de 1982 e janeiro de 1988, e foi vice-Chefe do Estado-Maior do Exército até março de 1991.

Em junho de 1991 foi nomeado representante de Portugal na Comissão Conjunta para Formação das Forças Armadas Angolanas (no âmbito do Acordo de Bicesse) e em maio de 1993 foi nomeado juiz vogal no Supremo Tribunal Militar.

Em 28 de agosto, o Governo, reunido em Conselho de Ministros, aprovou a criação de uma comissão para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975.

Na altura, Nuno Melo detalhou que seria constituída por nove elementos, entre os quais um presidente designado pelo Ministério da Defesa e três vice-presidentes designados pelo presidente da Assembleia da República depois de ouvidos os partidos com assento parlamentar.

Comissão assegura "transversalidade e natureza apartidária" da estrutura

Também vão fazer parte desta comissão um representante designado pela ministra da Cultura, o diretor-geral de Política de Defesa Nacional, o presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, um representante da Sociedade Histórica da Independência Nacional e um representante da Associação de Comandos.

Nuno Melo considerou, na altura, que a composição desta comissão assegurava a "transversalidade e natureza apartidária" da estrutura.

Os trabalhos começam em novembro e estarão concluídos em maio de 2026.

Em 2024, a Assembleia da República assinalou a data pela primeira vez com uma sessão solene que seguiu o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril, depois de o CDS ter apresentado um projeto de resolução que recomendava a organização anual de uma sessão para celebrar a efeméride.

Das dezenas de entidades que foram convidadas para esta cerimónia, a Associação 25 de Abril e antigos membros do Grupo dos Nove declinaram o convite, considerando que a data está a ser deturpada e não pode ser equiparada ao 25 de Abril.

Os acontecimentos do 25 de Novembro, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), marcaram o fim do chamado Período Revolucionário em Curso (PREC).

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