À medida que o tempo passa começa a ser mais claro como a Polícia Judiciária detetou o jovem de 18 anos que alegadamente planeava um ataque na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Começou por ser avançado que o jovem português teria revelado o plano na chamada dark web, mas, afinal, tudo terá acontecido numa rede social. Durante uma conversa, o jovem português terá contado o plano a outro utilizador, que alertou o FBI.
Foi numa conversa, nesta rede social, que o jovem português terá revelado os planos para matar no bloco 3 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Do Discord à Polícia Judiciária
Começou por ser divulgada informação de que o suspeito teria sido apanhado em conversas na dark web – a chamada internet profunda – mas afinal terá sido numa simples rede social – o Discord. Foi criada para que os utilizadores de jogos na Internet pudessem reunir-se e conversar por escrito, voz e até com vídeo. Mas cresceu depressa e os jogos deixaram de ser tema exclusivo. É hoje, até, ferramenta de teletrabalho.
O Discord, que aceita utilizadores com mais de 13 anos, começou a ver nascer salas de conversa sobre todos os assuntos, incluindo coordenação de ataques, divulgação de informação pessoal das vítimas e propagação de mensagens de ódio.
João, o português suspeito de planear um ataque, usava a alcunha “PsychotycNerd”.
Em conversa com outro utilizador, com a alcunha “Sammy”, ter-lhe-à contado os planos de vingança depois de, de acordo com o Expresso, ter havido um incidente envolvendo acusações de plágio na faculdade.
“Sammy”, com quem o jovem português falava, ficou em sobressalto com a conversa e terá avisado o FBI, por email, no dia 4 de fevereiro.
O FBI contactou a Judiciária que através do endereço IP chegou à morada do suspeito, nos Olivais, em Lisboa.
No início, o caso foi tratado como uma ameaça, um processo de possível homicídio.
O suspeito foi vigiado durante uma semana e esteve sob escuta. Até que, na quinta-feira da detenção, durante as buscas, a PJ encontrou facas, uma besta de dardos, 25 flechas, latas de gás e combustível, isqueiros e maçaricos.
Plano afixado na parede do quarto
O caso passou a ser encarado como terrorismo. Os inspetores dizem ter encontrado um plano escrito, afixado na parede do quarto, na sexta-feira, dia previsto para o ataque, que era descrito como o “dia final”.
A preparação começaria na quinta-feira, dia em que foi detido. Tinha previsto comprar recargas líquidas para isqueiro.
No dia seguinte, previa entrar ao 12:30 na casa de banho do bloco 3 para se preparar e às 13:20 começaria o ataque, que duraria 5 minutos. Um plano ao estilo dos massacres em escolas, cujos vídeos, o suspeito partilharia frequentemente nas redes sociais.
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