Justiça

Luís Filipe Vieira vai a julgamento no processo "Saco Azul"

O juiz de instrução considera que o Ministério Público conseguiu provar que há mesmo indícios de crimes. Em causa estão crimes de fraude fiscal qualificada e de falsificação de documento.

Loading...

Luís Filipe Vieira vai a julgamento, no âmbito do processo “Saco Azul”. O Tribunal de Instrução Criminal decide levar o antigo presidente do Benfica até ao banco dos réus.

Em causa estará um esquema que pode ter lesado o Estado em quase meio milhão de euros, em sede de IRS e de IVA.

O juiz de instrução considera, num documento de 50 páginas, que o Ministério Público conseguiu provar que há mesmo indícios de crimes.

"Os arguidos não forneceram informações credíveis na fase de inquérito" e tinham "plena consciência das faturas emitidas pela aparente prestação de serviços", podendo ser "altamente provável a condenação", aponta o juiz de instrução.

A Luís Filipe Vieira, e aos administradores Domingos Soares Oliveira e Miguel Moreira – que também vão julgamento - é imputada a prática de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 crimes de falsificação de documento. Os crimes são imputados em coautoria com a empresa QuestãoFlexível e o arguido José Bernardes.

À Benfica SAD, sociedade anónima desportiva, é imputada a prática de dois crimes de fraude fiscal qualificada e à empresa Benfica Estádio SA é imputada a prática de um crime de fraude fiscal qualificada e 19 crimes de falsificação de documento.

Defesa do Benfica está revoltada e desiludida

Em comunicado, os advogados de defesa do Benfica afirmam que o juiz "desvalorizou toda a abundante prova produzida em sede de instrução" e optou por "dar primazia a alguma prova recolhida durante o inquérito, e mesmo quanto a essa só valorizando indícios num sentido e desvalorizando os outros".

Trata-se de uma decisão que, referem os advogados, os "revolta e desilude".

"A defesa do Benfica mantém tudo o que disse durante a instrução e vai aguardar serenamente pelo julgamento para, nessa sede, pugnar pela absolvição", concluem, na nota assinada por Paulo Saragoça da Matta, Rui Patrício e João Medeiros.

[Notícia atualizada às 18h14]