Política

Morais Sarmento, Arnaut, Maria Luís e Poiares Maduro marcam presença no congresso do PSD

O PSD realiza no sábado o seu 41.º Congresso, que foi convocado com o objetivo principal de rever os estatutos. No entanto, devido à crise política, o congresso transformou-se num pontapé de saída para a campanha eleitoral.

Morais Sarmento, Arnaut, Maria Luís e Poiares Maduro marcam presença no congresso do PSD
Nacho Doce

Os antigos ministros Nuno Morais Sarmento, José Luís Arnaut, Maria Luís Albuquerque, José Pedro Aguiar-Branco ou Miguel Poiares Maduro vão marcar presença no Congresso do PSD, que se realiza no sábado, a menos de quatro meses das legislativas.

Entre os antigos governantes de Pedro Passos Coelho e Durão Barroso que irão à reunião magna de Almada no dia 25 de novembro contam-se também Teresa Morais, Pedro Lynce ou Manuel Castro Almeida, disse à Lusa fonte do partido.

Nuno Morais Sarmento, ministro da Presidência durante os Governos liderados por Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes, foi vice-presidente do anterior líder Rui Rio, tal como o antigo secretário de Estado Manuel Castro Almeida, embora este se tenha demitido do cargo ao fim de ano e meio por divergências internas.

O advogado José Luís Arnaut foi secretário-geral do PSD e integrou os executivos de Durão, de quem foi ministro-adjunto, e de Santana Lopes, enquanto Pedro Lynce ocupou a pasta da Ciência e do Ensino Superior com o antigo presidente da Comissão Europeia.

Maria Luís Albuquerque foi ministra das Finanças do executivo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, governo também integrado por José Pedro Aguiar-Branco enquanto ministro da Defesa (tinha ocupado a pasta da Justiça com Santana Lopes) e por Teresa Morais como secretária de Estado da pasta da Igualdade (subiu a ministra no breve segundo governo de Passos).

Miguel Poiares Maduro, antigo ministro Adjunto de Pedro Passos Coelho, foi um dos principais apoiantes de Jorge Moreira da Silva, adversário derrotado do atual presidente do PSD, Luís Montenegro, e, antes, tinha estado no núcleo duro da campanha de Paulo Rangel contra Rui Rio.

Na atual direção, Poiares Maduro foi o coordenador do projeto do PSD para a revisão constitucional, que não chegou a ser votado devido à futura dissolução da Assembleia da República.

Congresso ganhou relevância

O PSD realiza no sábado o seu 41.º Congresso que foi convocado com o objetivo principal de rever os estatutos, mas que a crise política transformou num pontapé de saída para a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas.

O regulamento prevê que a discussão estatutária aconteça entre as 10:30 e as 18:00 -- incluindo a votação -, mas o desenrolar do Congresso pode permitir que a parte dedicada à análise política comece mais cedo, antecipando a sessão de encerramento das 22:00 para uma hora mais mediática.

"A intenção da Comissão Política Nacional (CPN), uma vez que só há uma proposta de revisão estatuária, apoiada pelas distritais, é que a questão dos estatutos seja resolvida de forma participada, mas ao mesmo tempo com coesão e união interna, para que o congresso seja virado para o país, que é a intenção do PSD e o que o país espera de nós", disse à Lusa fonte da direção.

Entre as principais mudanças propostas pela CPN, que terão de ser aprovadas por três quintos dos delegados, está a inscrição nos estatutos de uma quota máxima para a direção na escolha de candidatos a deputados (até dois terços do total) ou a criação de um regulamento ético para todas as listas do partido, bem como a aplicação de regras da paridade nos órgãos internos.

"Nenhuma destas normas se pode aplicar às próximas legislativas por uma questão de prazos", disse a mesma fonte, uma vez que, se for aprovada a revisão, terá depois de ser criada uma comissão de redação final e o seu trabalho homologado em Conselho Nacional.

Na agenda de trabalhos do Congresso, que se realizará em Almada (distrito de Setúbal), já estava prevista a análise da situação política, mas tudo mudou a partir do dia 7 de novembro, com o anúncio da demissão do primeiro-ministro, António Costa, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios do lítio e do hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.

Perante essa decisão, que aceitou, o Presidente da República anunciou que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Na ordem de trabalhos, estão previstas duas intervenções de Luís Montenegro, a abrir e encerrar o 41.º Congresso, que contará com 886 delegados e cerca de 200 participantes.