O Ministério Público está a investigar as faturas do betão utilizado na construção da casa do primeiro-ministro. O material foi fornecido por uma construtora que acabou por ser beneficiada por pareceres entregues pelo escritório de advogados de Luís Montenegro à câmara de Espinho. O primeiro-ministro, no entanto, optou por não esclarecer a situação.
Para erguer uma casa, é necessário betão. E para construir a casa do primeiro-ministro, foi preciso que a empresa ABB fornecesse o material ao empreiteiro.
As faturas relativas à compra do betão utilizado na casa de Espinho de Luís Montenegro estão agora a ser analisadas pelo Ministério Público.
De acordo com o jornal Expresso, as faturas foram entregues em julho à Direção de Finanças do Porto, após terem sido solicitadas no final de maio. Este processo, que já se arrasta há dois anos, investiga, em parte, a maior obra alguma vez realizada em Espinho.
A obra foi adjudicada pela autarquia à construtora ABB, uma empresa de Barcelos, que forneceu o betão para a casa do primeiro-ministro. A construtora venceu o concurso, com um valor de 12 milhões de euros, e o contrato foi assinado a 5 de maio de 2017.
A Câmara Municipal pediu ajuda jurídica ao escritório de advogados de Luís Montenegro, e o parecer, redigido pelo próprio advogado, acabou por dar razão à construtora.
Quando questionado sobre o envio das faturas para o Ministério Público, o primeiro-ministro inicialmente evitou a pergunta, virando o rosto. Só à terceira tentativa é que respondeu.