Liberdade em Hong Kong

Liberdade em Hong Kong (I): Um país, duas identidades

A história de uma cidade que passou do colonialismo britânico de novo para a alçada da China, e onde o direito a liberdades fundamentais ficou aquém do prometido. A contestação fez-se ouvir com vigor em 2019, quando centenas de milhares de pessoas saíram às ruas. Oiça aqui o primeiro episódio do podcast “Liberdade em Hong Kong”

Quando as autoridades de Hong Kong propuseram um projeto de lei de extradição que permitiria a transferência de suspeitos para serem julgados na China Continental —, os críticos temeram que este mecanismo fosse usado para detenções arbitrárias e julgamentos injustos. A oposição foi clara: chegaram a sair à rua dois milhões de pessoas em protesto contra a medida.

Hong Kong chegou a estar ocupada pelo Reino Unido, mas o território voltou a ser administrado pela China em 1997. Durante 50 anos, a cidade ficaria sob o princípio ‘um país, dois sistemas’. Ou seja, apesar de pertencer à China, várias coisas deveriam funcionar de forma diferente. Enquanto o embaixador Zhao Bentang descreveu que o êxito [do princípio] um país, dois sistemas é notável para todosa investigadora Raquel Vaz Pinto disse que a ideia “morreu e foi enterrada”.

As tensões foram escalando, a lista de exigência dos manifestantes alargou-se, e tornou-se evidente uma divisão identitária na sociedade. No final de 2022, a maioria das pessoas inquiridas num estudo do Instituto de Investigação de Opinião Pública de Hong Kong identificou-se como “Hong Konger ou Hong Konger na China”.

O Governo demorou meses a retirar oficialmente a proposta de extradição e isso já não foi suficiente para acalmar a vontade de maior democracia. Em vez de novas cedências, o espaço de liberdade foi diminuindo. Foram detidos centenas de manifestantes, retirados livros da bibliotecas e emitidos mandados de captura a ativistas no exílio.

Liberdade em Hong Kong é um podcast de Salomé Fernandes, com sonoplastia e música original de João Luís Amorim. A capa é de Tiago Pereira Santos com fotografia de Stanislav Kogiku.

Dobragens de Claudia Monarca, Diogo Cavaleiro, João Carlos Santos, João Diogo Correia, João Miguel Salvador, Joana Pereira Bastos, Marta Gonçalves, Martim Silva, Pedro Candeias, Pedro Miguel Coelho e Teresa Amaro Ribeiro. Título e créditos pela voz de José Valdeira. Apoio à edição áudio de Salomé Rita e apoio à produção de Marta Gonçalves. A coordenação editorial esteve a cargo de Pedro Cordeiro e Joana Beleza. Direção de João Vieira Pereira.

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