Mais Mundo

Rillette, o javali que luta pela sobrevivência com o apoio de Brigitte Bardot

Este episódio do Mais Mundo viaja até Espanha e França para contar duas histórias de lutas pelos direitos dos animais.

Loading...

No centro de França, numa quinta de cavalos, Élodie fez uma descoberta que, ao fim de vários meses, se transformou numa relação de amor. Encontrou um javali e ficou em apuros com a lei.

Rillete é o nome do javali, que significa "paté de porco", numa brincadeira de Élodie, que viu o seu espírito otimista posto à prova. Vacinou e esterilizou o javali, mas pode vir a pagar 150 mil euros de multa por manter um animal selvagem em cativeiro.

Numa carta aberta, a atriz francesa Brigitte Bardot, conhecida pelo seu ativismo pelos direitos dos animais, já se mostrou solidária com o caso de Rillete.

O caso chegou à opinião pública francesa e motivou manifestações e petições. O resultado foi que um tribunal travou as autoridades veterinárias, que querem o abate do animal. Mas até quando?

Élodie já tentou devolver Rillete à natureza, mas o javali quer ficar com a humana. Milhares de pessoas estão em suspenso, à espera de um final feliz para o javali Rillete.

Criação de animais selvagens em cativeiro é proibida

Chegaram inquietas, ao fim de 20 horas de viagem de carro, nove crias de leão, entre os três e os cinco meses, resgatadas de um circo no oeste de França.

A legislação francesa proíbe, desde 2023, a criação de animais selvagens em cativeiro, mas a exploração de grandes felinos e outras espécies exóticas em atos circenses só será banida em 2028, e as crias podem valer muito dinheiro.

Este centro de resgate, no sopé das montanhas, perto de Alicante, em Espanha, é lar para ex-artistas circenses e mascotes privados, ao longo de anos, de liberdade e da sua verdadeira essência.

O destino, após a reabilitação, pode ser santuários de animais, reservas ou jardins zoológicos acreditados, mas enquanto recuperam, os 4 mil metros quadrados do abrigo da AAP Primadomus são o que mais próximo têm do habitat natural.

Por este pedaço de selva, erguido em 2009, já passaram centenas de animais, sobretudo símios e grandes felinos, mas o projeto nasceu da necessidade de acolher uma espécie originária de Gibraltar, os macacos-berbére, comercializados ilegalmente a partir de Marrocos, através da fronteira com Espanha.

A fundação na base deste projeto em Espanha não se limita a resgatar mamíferos exóticos em perigo. Trabalha para mudar costumes e legislações que tornem desnecessários locais como este.