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Nada se perde, tudo se transforma: como pequenos gestos fazem a diferença na vida das pessoas e do planeta

Exemplos como a instalação de painéis solares ou o uso de insetos para transformar desperdício alimentar, podem ter um impacto significativo na vida das pessoas e no planeta.

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Muitas vezes, pequenas coisas podem levar a grandes mudanças na vida das pessoas e do planeta. Dois exemplos disso podem ser vistos em Abu Dhabi e em Timor Leste.

Esta é a remota aldeia de Raimutin, em Timor Leste, composta por 87 casas de madeira e palha, perdidas na aridez da paisagem. Nos últimos anos, o isolamento da aldeia tem-se agravado, com as alterações climáticas a provocar fenómenos cada vez mais extremos, como secas severas e súbitas chuvas que acabam em cheias.

Para os 325 habitantes da aldeia, a água potável é escassa, e a eletricidade só existe graças a pequenos painéis solares, instalados com o apoio do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD).

Eletricidade transformou a vida da população

A chegada da eletricidade transformou a vida da maioria das famílias da aldeia, incluindo a de Manuel Morais Soares. Os nove membros da sua família podem agora passar mais horas a trabalhar, o que facilita o seu dia a dia.

Além disso, o programa da ONU também distribuiu estufas que permitem cozinhar com menos da metade da lenha anteriormente necessária. Assim, os habitantes da aldeia perdem menos tempo a recolher madeira.

Timor Leste é altamente vulnerável aos fenómenos causados pela crise climática, apesar de pouco ou nada ter contribuído para ela. No entanto, a instalação dos pequenos painéis solares fez uma grande diferença na vida da aldeia, e a ONU planeia distribuir esses painéis em outras três ilhas do Pacífico.

A sustentabilidade no deserto

No meio do deserto de Al Ain, em Abu Dhabi, surge um oásis de sustentabilidade. O segmento mais rentável de uma empresa local é o dos combustíveis para a aviação, mas há um interesse crescente em outra área: uma fábrica de insetos e desperdício alimentar.

Aqui, o desperdício alimentar é consumido pela mosca soldado negro, uma devoradora natural criada desde o ovo até ao inseto adulto. O processo é bastante simples: o desperdício alimentar é transformado em alimento para as moscas, que depois de mortas, entram novamente no processo de transformação, criando novos produtos alimentares.

O óleo gerado no processo é transformado em combustíveis para a aviação, enquanto a proteína extraída dos insetos pode ser utilizada na alimentação de aviários ou para peixes de aquacultura. Aqui, nada se perde, tudo se transforma.