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Alterações climáticas abrem crateras gigantes que ameaçam "engolir" habitantes do Maranhão

Ondas de calor abrasadoras e tempestades de poeira no Paquistão. Crateras gigantes que engolem casas no Maranhão, Brasil. No "Mais Mundo" desta quinta-feira, mostramos como o clima extremo, aliado à ação humana, está a colocar comunidades inteiras em risco.

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Localizada a apenas algumas dezenas de quilómetros da fronteira com o Irão, a milenar cidade paquistanesa de Gwadar está a mudar. O clima está a transformar esta zona, outrora rica em recursos marítimos, que se vê agora cada vez mais vítima dos problemas típicos das remotas nações insulares.

Encurralada entre o Mar Arábico e o interior árido e montanhoso da província do Baluchistão, a cidade está no epicentro de alterações climáticas extremas. Altas temperaturas favorecem secas devastadoras, intercaladas por períodos de chuvas diluvianas que arrastam terras para o mar e estão a desfigurar e modificar as formas da península.

A explosão demográfica das últimas décadas e a construção desordenada provocaram outro problema, ao interferirem com a drenagem natural de uma região já propensa à infiltração de água salgada.

Crateras gigantes ameaçam engolir habitantes do Maranhão

Há vários nomes para este fenómeno — crateras, sumidouros, ou simplesmente buracos. Seja qual for a designação, o resultado é devastador em Buriticupu, no estado brasileiro do Maranhão.

Os sumidouros, convém explicar, não surgem em qualquer tipo de terreno, mas em Buriticupu existem todas as condições propícias à sua formação. Entre o discurso científico e as explicações mais simples, a população continua sem respostas claras, enquanto vê a terra desaparecer debaixo dos pés e sente a ameaça real de perder o chão.

Depois da chegada dos primeiros sumidouros às zonas habitadas de Buriticupu, foi declarado o estado de calamidade. Parte das famílias foi realojada, muitas vezes junto a áreas consideradas de maior risco de novas derrocadas. Neste município vivem cerca de 50 mil pessoas, que enfrentam diariamente o risco de serem engolidas pela terra.