O preconceito faz com que muitas tradições religiosas e culturais sejam vistas com desconfiança, mas o 'Mais Mundo' desta terça-feira mostra que é possível lutar contra isso.
Todos os anos, a República do Benim celebra a identidade religiosa e espiritual no Festival do Vudu.
Dos sete milhões de habitantes do Benim, pelo menos quatro milhões praticam vudu e sempre o fizeram, apesar do esforço de conversão dos colonizadores europeus.
O festival atrai também praticantes da Nigéria, Togo e Gana, assim como gente das Caraíbas, para onde foram levados milhares de escravos africanos.
O Festival Vodun Days acontece para desmistificar a ideia de feitiçaria e magia negras associadas ao Vudu.
No primeiro ano, o festival resumiu-se a uma mostra de vestes e danças. Agora, o Benim quer mostrar ao mundo que o Vudu é uma forma de vida alternativa ao mundo químico e plástico de hoje em dia.
Como em todas as formas de espiritualidade e fé muita da base do vudu está na crença no inexplicável. Mas o milagre principal deste festival é a celebração da herança histórica, cultural e social de um povo que a ditadura da escravatura quis silenciar.
Cidadania através do consumo
Imagine que existisse um mesmo local onde fosse possível comprar todos os para preparar as refeições diárias da família.
Para muitos esses locais existem e chamam-se supermercados. Para outros, comunidades de origem africana, asiática, minorias religiosas com dietas especificas, ir às compras pode ser uma gincana entre diferentes lojas, frequentemente em pleno centro histórico das cidades, longe de onde as populações habitam.
Cansados de correr de loja em loja, os rappers KreptandKonan resolveram por mãos à obra e juntar-se à sociedade que abriu uma loja no bairro de Croydon, no sul de Londres, onde 40% da população pertence a comunidades étnicas com especificidades de consumo, como por exemplo a muçulmana que apenas come produtos produzidos sob determinados preceitos, denominados de ‘halal’.
E são muitos os produtos disponíveis. Comidas de um mundo globalizado - pelo menos por enquanto - reunidas num único local. A diversidade aqui não é problema, pelo contrário: é incentivada.
Este é um negócio que não é apenas um negócio. Também visa dar visibilidade e cidadania através do consumo!