O que faz, de facto, um consultor? Que rede de influência pode criar alguém que, tendo sido consultor antes de ser ministro, voltou a ser consultor depois de sair do governo? Será ex-ministro uma profissão?
Neste quarto e último episódio da grande reportagem de investigação A Agenda viajamos pela personalidade de Miguel Relvas, ex-ministro adjunto do governo de Pedro Passos Coelho e aquele que lhe era mais próximo.
Depois de termos revelado um parecer do constitucionalista Marcelo Rebelo de Sousa, feito a pedido de Ricardo Salgado, que o antigo candidato à Presidência da República garantia nunca ter existido; depois de revelarmos a enorme proximidade entre Durão Barroso e Ricardo Salgado, profusamente anotada na agenda do banqueiro; depois de termos mostrado as provas que demonstram que Paulo Portas ajudou Salgado na aventura do BES na Líbia; depois de termos exposto, ao detalhe, a influência que o banqueiro exerceu sobre o programa eleitoral do governo de Pedro Passos Coelho, que Eduardo Catroga coordenou; depois de tudo isso, fixamo-nos em Miguel Relvas – o gestor de influências que foi ao BES buscar para Secretária de Estado a funcionária, quadro de topo, mais próxima de Ricardo Salgado.