O médico e comentador SIC Francisco Goiana da Silva recordou que, embora o Papa Francisco tenha tido alta hospitalar após 38 dias internado, isso não significava que estivesse fora de perigo, até porque isso é "apenas um passo nesse processo” de recuperação.
"Um internamento de 38 dias num idoso de 88 anos é algo muito violento e que fragiliza muito o seu estado geral. Aquilo que nós verificamos foi que, ao longo desse internamento, a evolução não foi sempre positiva. Terá sido um processo muito complexo, com exposição a diferentes tipos de antibióticos e terapêuticas", sublinhou o médico.
Para o comentador SIC, era notório que o Papa continuava debilitado e com altas doses de medicação, sobretudo, por causa do seu aspeto "mais inchado".
“O aspeto do Papa Francisco evidenciava aquilo que chamamos na medicina de um aspeto cushingoide”, um sinal que "continuava a fazer doses elevadas de corticoides para facilitar a respiração", destacou o médico durante o comentário na SIC Notícias.
Goiana da Silva lembrou ainda que, apesar do carinho que o mundo têm por Francisco, o pontífice argentino era "um senhor de 88 anos, que não deixou de ser humano".
"A esperança média de vida de um homem argentino são 73 anos de idade. O Papa Francisco tinha 88 anos e por muito que nós tenhamos muito carinho para esta personalidade, ele não deixou de ser um ser humano, não deixou de ser um homem argentino", concluiu o comentador.
O Papa Francisco morreu durante a madrugada desta segunda-feira, aos 88 anos, segundo confirmou o Vaticano. Uma notícia que surge um dia depois do Sumo Pontífice ter surpreendido os fiéis ao aparecer na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para dar a tradicional bênção "Urbi et Orbi".
"Feliz Páscoa", disse o Papa, que apareceu numa cadeira de rodas, visivelmente fragilizado, perante os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para as celebrações da Páscoa.
Apesar de parecer muito debilitado, Francisco passeou no papamóvel entre os milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro.
Recorde-se que recentemente o Sumo Pontífice esteve internado durante cinco semanas no Hospital Universitário Agostino Gemelli, em Roma, onde deu entrada para tratar uma bronquite, que evoluiu para infeção polimicrobiana das vias respiratórias e, posteriormente, para pneumonia bilateral. Teve alta a 23 de março, aquela que foi a sua quarta e mais longa hospitalização desde o início do seu pontificado, em 2013.
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