Para Francisco Mendes da Silva, terá de existir um calendário eleitoral ajustado à vida interna dos partidos, ao mesmo tempo que acusa os líderes de PSD e CDS-PP de "medo" das eleições diretas, e retrata os centristas como "um grupo de amigos ou de autoajuda com medo do século XXI".
O ex-centrista começa por referir que as eleições legislativas terão "de ser um momento clarificador, e não o será se os partidos forem para eleições e, logo a seguir, tiverem um Congresso e eleições internas".
"Não percebo que, entre 16 de janeiro - que inviabiliza as eleições, desde logo, no PSD - e 30 de janeiro, que são duas semanas de diferença, acham que faz uma diferença enorme do ponto de vista do interesse nacional", diz o comentador em relação a quem defende a marcação do calendário eleitoral para dia 16 de janeiro.
Para Mendes da Silva, "a diferença que faz é os partidos estarem todos em igualdade".
"Se Rio for a eleições e for primeiro-ministro, teria um Congresso e eleições diretas que o poderiam levar a ser substituído, e o que se fará depois? O PSD indigitaria outro primeiro-ministro? Ou existiria uma liderança bicéfala?", questiona, lançando outra pergunta: "Se Costa ganhar as eleições e houver bloco central, e depois umas eleições diretas no PSD, em que Rangel ganha [Paulo Rangel afirma-se contra o bloco central], iria tudo ruir logo a seguir".
Assim, o comentador da SIC Notícias considera esta situação "um absurdo", não entendendo que "partidos inviabilizem a vida interna de outros partidos com a data" das eleições.
Sobre a vida interna dos sociais-democratas, Mendes da Silva deixa um comentário crítico sobre a atuação do líder.
"Os militantes do PSD decidiram que as eleições internas seriam a 4 de dezembro e o congresso a 14, 15 e 16 de janeiro. Rio aceitou e até concordou com isso, e agora, sem promover uma alteração, diz ao Presidente da República que as eleições legislativas sejam no último dia do Congresso, violando a decisão do partido", acusa.
Acrescenta que, na sua opinião, "há um problema de medo", também extensível ao CDS-PP, sobre o qual também tece comentários.
"O CDS liberal, que queria ser grande abrangente, moderno e agregador, esse partido já não existe, morreu. Agora, vai ser a quarta força de Direita, e a sétima, oitava ou nona", aponta.
Termina Francisco Mendes da Silva com uma caracterização do partido onde outrora militou.
"O CDS é um grupo de amigos ou de autoajuda, com fobia do século XXI."