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"Foi assustador": Portugueses chegam a Lisboa após sismo em Marrocos

"É um momento que só vivendo, e não aconselho. Nós somos pequenos, não somos nada ao lado da natureza", conta uma mulher, que estava num hotel quando o sismo de magnitude 6,8 abalou várias regiões do país.

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Aterrou no aeroporto de Lisboa, este sábado, um avião vindo de Casa Blanca, com portugueses a bordo. Uma das passageiras comentou o momento em que sentiu o terramoto e as horas de apreensão que se seguiram em Marrocos.

"É um momento que só vivendo, e não aconselho. É assustador. Nós somos pequenos, não somos nada ao lado da natureza", conta esta portuguesa, que estava num hotel em Casa Blanca quando o sismo de magnitude 6,8 abalou várias regiões do país.

“Dava para ver que abanou e saiu cimento. Mas foi tudo tranquilo lá na zona, a equipa marroquina atuou logo. O pior foi em Marraquexe”, garante a mulher, que revelou ter dormido “até às 4h da manhã na receção do hotel”.

Mais do que o próprio sismo, que também foi sentido em território nacional, ter de manter a calma e cuidar dos filhos foi o que mais preocupou esta portuguesa.

“Foi a parte mais assustadora. Ver o pânico das pessoas, enquanto nós temos de ser os heróis deles. Não sei como agora ele está agora, mas é uma experiência que ele não se vai esquecer de certeza”, lamentou.

Três voos já chegaram, mas ainda há quem espere

Desde que o sismo atingiu Marrocos, na noite de sexta-feira, três aviões já saíram do país e aterraram em solo nacional.

No entanto, muitos portugueses ainda estão à espera de conseguirem regressar. É o caso de Susana Charrua, o marido e os dois filhos, que já receberam uma promessa do consulado português.

“Foi um caos. Todas as pessoas correram para as ruas. Ficamos um pouco perdidos, sem saber o que fazer. Mas conseguimos falar há pouco com o consulado português, que a princípio nos asseguram um voo de regresso”, conta Susana, que espera voltar à casa ainda neste sábado.

O pior já passou, mas o que esta família viveu, num resort perto de Marraquexe, não se esquece facilmente.

“Estávamos acordados e em pé, quando sentimos uma vibração, uma coisa inacreditável. O chão a girar, as paredes a vibrar, muito barulho com as pessoas a gritarem”, recorda Susana.

Depois de uma “experiência muito assustadora”, os hóspedes dormiram todos juntos num campo de futebol ao ar livre.