A farmacêutica Moderna anunciou no final de janeiro um promissor avanço nos testes da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) em maiores de 60 anos. A GSK e a Pfizer anunciaram progressos semelhantes no ano passado e esta última apresentou já um pedido de aprovação para administrar a vacina a grávidas, após resultados que demonstram que confere proteção aos recém-nascidos. Na esperança de que sejam aprovadas em breve, qual será o impacto das primeiras vacinas no combate ao VRS?
O que é e quais as principais consequências do vírus sincicial respiratório?
Potencialmente fatal, o vírus sincicial respiratório afeta principalmente bebés, crianças e idosos.
É um vírus que pode provocar doença respiratória em pessoas de todas as idades, mas geralmente todas as crianças até aos 2 anos são infetadas por este vírus, sendo possível a reinfeção em qualquer idade.
Muito contagioso, é um vírus que consegue sobreviver durante várias horas nas mãos ou em objetos contaminados. É muito frequente a transmissão entre irmãos.
No site do SNS 24, está disponível informação sobre este vírus que é a causa mais comum de doença das vias respiratórias inferiores até aos 5 anos de idade.
O vírus sincicial respiratório pode causar:
- bronquiolite
- traqueobronquite
- pneumonia viral
- conjuntivite
- otite média aguda
Quais os sintomas?
Os sintomas e a gravidade variam consoante a idade ou o estado saúde e tendem a diminuir de gravidade após a terceira infeção por este vírus.
Os sintomas mais frequentes são:
- tosse
- secreções nasais
- secreções oculares
- tosse
- febre
- dificuldade em respirar
- respiração semelhante a assobio
Segunda causa de morte, a seguir à malária
Nos últimos meses o número de casos aumentou em vários países. A nível global, o VRS é a principal causa de morte em bebés até 1 ano de idade, a seguir à malária.
No caso dos adultos, os dados são mais escassos. De acordo com um estudo realizado em 2022, cerca de 6.500 pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos em consequência de infeção pelo vírus sincicial respiratório, sendo a taxa de mortalidade mais elevada em maiores de 65 anos.
Farmacêuticas tentam dar resposta a diferentes desafios
Tendo em conta as faixas etárias mais afetadas pela doença, as farmacêuticas desenvolveram produtos distintos para dar resposta aos diferentes desafios.
“A área de atuação da vacina contra o VSR não é apenas uma, mas duas”, explicou à revista Nature Louis Bont, pediatra especializado em doenças infecciosas no Centro Médico Universitário de Utrecht, na Holanda. "Por um lado, o objetivo é proteger os bebés, por outro proteger os idosos”, acrescentou o especialista.
A pesquisa para a vacina contra o VSR começou já na década de 1960 e desde então o percuso de investigação tem tido avanços e recuos.
A partir de 2013, deu-se o principal impulso, com a decifração da estrutura da proteína que o vírus usa para se ancorar e entrar nas células humanas. Com este avanço científico, abriu-se caminho para o atual desenvolvimento de vacinas contra o VSR.