Saúde e Bem-estar

Portugal já regista casos de dependência de fentanil

Para se ter uma ideia do quão perigoso é o uso de fentanil, nos EUA é já a principal causa de morte em pessoas com menos de 50 anos. No entanto, em Portugal é o quarto analgésico opioide mais receitado.

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Em Portugal, doze pessoas já pediram ajuda por dependência de fentanil, um analgésico opioide altamente viciante que está a provocar dezenas de milhares de mortes por ano nos Estados Unidos da América.

De acordo com dados do Instituto para os Comportamento Aditivos, citados pelo jornal Expresso, 11 dos casos foram registados em 2023 e um deles já este ano. Destas 12 pessoas, oito usavam o fentanil juntamente com outras drogas. As restantes estavam viciadas só nesta substância.

Foram vendidas mais de 300.000 embalagens em Portugal em 2022

O fentanil é, inclusive, o quarto analgésico opioide mais receitado em Portugal, de acordo com o Infarmed. Em 2022, foram vendidas nas farmácias portuguesas 306.084 embalagens, o que equivale a 840 por dia.

O Expresso nota que o volume de vendas, nos últimos 10 anos, aumentou sempre a um ritmo constante, tendo registado um aumento de 32% nos últimos cinco anos. A tendência é que continue a aumentar. Prova disso é o facto de entre janeiro e outubro de 2023 terem sido vendidas mais 50 embalagens por dia do que em 2022.

Nas farmácias, o fentanil é vendido sob a forma de comprimidos ou adesivos, mas pode também ser injetado, em contexto hospitalar.

Como é bastante mais forte do que outros opioides, como a morfina, por exemplo, esta substância é utilizada em situações de dor intensa, aguda ou crónica.

Últimas recomendações da DGS são de 2008

A última recomendação da Direção-Geral da Saúde data do ano de 2008 e não valoriza os riscos. "Embora ainda não existam dados suficientes, parecem não se confirmar os receios de tolerância e da adição induzidos por estes medicamentos", refere o documento, citado pelo Expresso.

Para se ter uma ideia do quão perigoso é o uso de fentanil, nos EUA é já a principal causa de morte em pessoas com menos de 50 anos. O país atravessa uma verdadeira “epidemia” da substância, que é já a droga dominante traficada nas ruas. Em 2022, cerca de 75.000 pessoas perderam a vida à conta do uso de fentanil.

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