Exercício físico e cancro: mexa-se pela sua saúde

Aproximadamente 1/3 de todas as mortes por cancro estão relacionadas com a dieta e exercício. 75 a 80% da maior parte dos cancros são causados por fatores associados ao estilo de vida e 40% dos cancros podem ser evitados se existirem mudanças a este nível.
Mesmo que durante muitos anos os doentes oncológicos não praticassem desporto por receio de agravar o estado da doença, estudos recentes mostram precisamente o contrário: o exercício físico não só faz bem aos doentes em tratamento, como reduz o risco de desenvolver certos tipos de cancros, como por exemplo, o cancro da mama ou o cancro da próstata, entre outros.
Em Guimarães foi feito um estudo sobre os efeitos da atividade física na qualidade de vida de um grupo de mulheres com cancro da mama. Veja a reportagem:
O Colégio Americano de Medicina Desportiva recomenda 150 minutos semanais de exercício aos doentes com cancro, independentemente da fase de tratamento em que se encontram.
Os projetos OncoMove e Quality Onco Life são pioneiros em Portugal e estão a provar à sociedade que além do carácter preventivo, a atividade física pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes oncológicos.
Os benefícios não ficam por aqui: redução da ansiedade, aumento de autoestima e autocrontolo são apenas algumas das consequências positivas do ponto de vista psicológico e anímico. Outras vantagens do exercício físico ainda estão a ser estudadas, sendo que os resultados preliminares parecem ir de encontro ao reforço da tese de que o exercício físico deve ser prática comum entre os doentes com cancro. Alguns estudos mostram que o exercício pode, por exemplo, potenciar os tratamentos, mas este ainda não é um dado concreto.
Alberto Alves, coordenador do projeto OncoMove e professor associado da Universidade da Maia explica os motivos pelos quais o exercício é tão relevante.
Um estudo recente, publicado no British Journal of Sports Medicine, argumenta que 11 minutos por dia, ou seja, 75 minutos por semana, de atividade física moderada a intensa, como uma caminhada rápida, é suficiente para reduzir o risco de doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral (AVC) ou vários tipos de cancro.
03 março 2023
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