Vida

Vinte dissidentes detidos por celebrar atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo

Pelo menos 20 dissidentes chineses que se reuniram em locais diferentes de Pequim para comemorar a atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo foram detidos, disse à agência Efe o advogado Teng Biao.

"Estavam a preparar-se para celebrar o Nobel (...) iam reunir-se com amigos em vários pontos da cidade" quando foram detidos, referiu o advogado contactado por telefone.



A atribuição do prémio Nobel do Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, hoje anunciada, foi ignorada pelos principais sites de informação e motores de busca da Internet na China.



Quando feita uma simples pesquisa com as palavras-chave "prémio Nobel, paz e Liu Xiaobo", os resultados são nulos nos principais portais de informação e nos motores de busca chineses como é o caso do Sina, Sohu e Baidu, segundo a agência de notícias francesa AFP.



A censura também é visível no site Weibo, uma rede social similar ao conhecido Twitter, referiu ainda a AFP.



O jornal da tarde da televisão estatal CCTV ignorou igualmente a atribuição do galardão ao dissidente político, abrindo o espaço informativo com as inundações na ilha chinesa de Hainan.



Liu Xiaobo foi distinguido pela luta "longa e não violenta pelos direitos fundamentais da China", anunciou hoje o Comité Nobel Norueguês.



O dissidente chinês está preso há quase dois anos, pela terceira vez, por actividades consideradas subversivas.



Liu Xiaobo, uma das principais figuras dos protestos de Tiananmen, em 1989, foi condenado em dezembro passado por um tribunal de Pequim a 11 anos de prisão, acusado de ter tentado "subverter o Governo".



Pequim afirmou já que a atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo pode prejudicar as relações entre a China e a Noruega, considerando mesmo que a distinção do dissidente "é totalmente contrário aos princípios" deste galardão.



Liu Xiaobo junta-se, assim, a uma galeria de notáveis onde figuram Barack Obama (2009), Kofi Annan (2001), Ximenes Belo e José Ramos-Horta (1996), Nelson Mandela e Frederik Klerk (1993) e Aung San Suu Kyi (1991), entre outras personalidades e organizações internacionais.















(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)



Lusa