Nuno Melo acusa Francisco Rodrigues dos Santos de ter "a fragilidade de um líder que tem medo de ir a votos", considera a sua atitude "feia e pouco honesta" e acusa o atual líder de querer estar dependente da "caridade do PSD" para benefício próprio.
O centrista começa por referir que defende a data de 27 e 28 de novembro para o Congresso Nacional do CDS-PP.
"Eu não defendo a antecipação do Congresso, eu defendo que se realize no momento em que está marcado", acrescenta.
Nuno Melo defende, com as datas por si defendidas, "há tempo para discutir e votar a estratégia global, eleger a liderança legítima, escolher listas e fazer uma campanha digna".
"O atual presidente marcou o Congresso, eu disse que me candidatava, e depois tentou marcar uma data que não me deixasse percorrer o país, quando [Francisco Rodrigues dos Santos] já o tinha feito nas últimas eleições. Acabei por conseguir, ter salas cheias de militantes, e a 24 horas, muda as regras do jogo", acusa.
O candidato a líder do CDS-PP considera que este momento demonstra a "fragilidade de um líder que tem medo de ir a votos, sendo que os eleitores não respeitam líderes que não têm coragem".
"Francisco Rodrigues dos Santos tem argumentado com algumas falsidades a não realização do Congresso: uma delas é que, no passado, o partido já adiou Congressos marcados. É falso porque o CDS nunca adiou congressos com candidatos a andar pelas ruas", defende.
Nuno Melo dá, também, o exemplo de Paulo Portas, após a queda do Governo de António Guterres, ao antecipar para janeiro a data de um Congresso marcado para março desse ano.
"Enquanto Paulo Portas teve coragem de enfrentar o outro candidato, Francisco Rodrigues dos Santos foge dos votos, porque percebeu que perderia, para ir a votos sem mandato e sem estratégia", compara.
O centrista também não aceita o argumento de que a não realização do Congresso se prende com o "interesse nacional", defendendo que "o Congresso é o ato mais democrático do partido, e perturbação foi o que o Francisco Rodrigues dos Santos trouxe para o partido".
"Se tiver um pingo de amor ao CDS e perceber que não há nada, por muita ambição que tenha, que não deve prevalecer sobre este partido com 47 anos de existência", o atual líder deverá realizar o Congresso, partilha Melo, ao mesmo tempo que garante integrar o atual número um dos centristas e a sua equipa nas conversações sobre o rumo do partido, em caso de vitória.
Caracterizando a atitude de Francisco Rodrigues dos Santos como "feia e pouco honesta", defende que o líder quer estar dependente da "caridade do PSD".
"Pensa nos quatro ou cinco deputados que vai conseguir, entre eles ele próprio, pensa no seu partido ao serviço pessoal", acusa o candidato.
Nuno Melo defende que "o que está a acontecer no CDS-PP causa danos na urna" e que "o partido, assim, não dá confiança aos eleitores".
Contudo, embora referindo que "nunca [viu] um momento destes", afirma que tenciona "ir até ao Tribunal Constitucional, pois é já uma luta pela decência e pela legalidade".
Sobre a saída de Cecília Meireles da vida política, Nuno Melo adianta que a atual deputado centrista se encontra do seu lado, e que, vencendo as eleições, tentará trazer de volta ao partido muitos dos que estão a sair.
Termina com uma última acusação:
"É um crime de 'lesa-partido'".
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