Ébola

Médico contraiu vírus na Nigéria após assistir doente

As autoridades nigerianas referiram esta segunda-feira que um médico de Lagos, que assistiu o liberiano morto na Nigéria devido à epidemia de Ébola, foi contaminado pelo vírus, no segundo caso recenseado na maior cidade da África ocidental.

REUTERS

"Este novo caso relaciona-se com um dos médicos que assistiu o liberiano morto com Ébola", disse o ministro nigeriano da Saúde, Onyebuchi Chukwu.

O doente liberiano infetado com o vírus chegou a Lagos em 20 de julho  e morreu cinco dias mais tarde, no primeiro caso mortal na Nigéria da epidemia  de Ébola que está a afetar três outros países da África ocidental.

O ministro disse aos jornalistas que estão a ser observadas outras 70 pessoas que mantiveram contacto com o liberiano, com oito atualmente em  regime de quarentena em Lagos.  

Patrick Sawyer, que trabalhou no ministério das finanças liberiano, foi infetado com o vírus pela sua irmã antes de viajar para Lagos para uma  reunião com responsáveis oficiais da África ocidental.   

Aterrou em Lagos a 20 de julho proveniente de Monróvia, após mudar de avião em Lomé, a capital do Togo.

Quando chegou já se encontrava doente e foi conduzido diretamente para  um hospital onde morreu em 25 de julho durante o período de quarentena.  O hospital em causa foi encerrado na semana passada por tempo indeterminado.

O segundo caso confirmado na Nigéria é o último na sequência da eclosão  da epidemia de Ébola, que já infetou 1440 pessoas e provocou 826 mortes.

Na Libéria, outro dos países afetados para além da Guiné Conacri e Serra  Leoa, populares bloquearam as principais estradas de acesso à capital, em  protesto pelos corpos de vítimas do vírus permanecerem em casa durante dias,  ou serem abandonados nas ruas.   

O empobrecido país, à semelhança dos seus vizinhos, está a tentar suster  a epidemia com meios muito insuficientes.  

"Não permitiremos a passagem de mais carros nesta estrada até que o  governo ordene a retirada dos corpos que estão em diversas casas há quatro  dias", disse à agência noticiosa AFP um dos manifestantes no subúrbio de  Douala, na zona ocidental de Monrovia.  

A presidente Ellen Johnson Sirleaf anunciou na semana passada o encerramento  de escolas e a dispensa durante um mês dos funcionários governamentais "não  essenciais", numa tentativa para travar a epidemia que já vitimou 227 pessoas  na Libéria.  

Na vizinha Serra Leoa, e numa declaração ao país no dia dedicado ao  combate à epidemia, o presidente Ernest Bai Koroma exortou hoje a população  para "intensificar os esforços na luta" contra o vírus Ébola.  

O comércio, bares e restaurantes encerraram, e os mercados e as ruas  de Freetown permaneciam desertos, à exceção dos veículos do ministério da  Saúde que emitiam mensagens de prevenção.  

Segundo a agência noticiosa AFP, polícias à civil interrogavam os raros  transeuntes sobre o seu destino e aconselhavam-nos a regressar a casa. O  país permanece em férias escolares até setembro.

Moçambique reforça vigilância

As autoridades moçambicanas já vieram garantir que vão reforçar o controlo  das suas fronteiras devido ao surto da epidemia de ébola e acionar medidas  preventivas de registo e triagem de pessoas provenientes de países afetados,  informa hoje o diário Notícias. 

Para esta semana está previsto o início da estratégia de vigilância  das fronteiras internacionais de Moçambique, disse Lorna Gurjal, do Departamento  de Epidemiologia do Ministério da Saúde, que já ativou também medidas para  a eventualidade de se detetarem casos suspeitos. 

Os casos identificados nos aeroportos internacionais de Maputo, Beira,  Vilanculo e Pemba, bem comos principais portos do país, serão encaminhados  para unidades de saúde já preparadas para lidar com a doença.

 

Lusa