Uma investigação internacional, divulgada como Pandora Papers, coloca três políticos portugueses numa lista de beneficiários de várias empresas em paraísos fiscais.
Nuno Morais Sarmento, antigo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares usou uma empresa sediada num paraíso fiscal para avançar com uma escola de mergulho em Moçambique.
O agora vice-presidente do PSD foi beneficiário da Magalia International. A empresa registada em 2006 nas ilhas Virgens Britânicas, comprou participações em duas outras sociedades: a Maningue, usada para escola de mergulho e a Tofomania, que levou à construção de um hotel em Moçambique.
Morais Sarmento, o número dois de Rui Rio não respondeu à SIC, mas explicou ao Expresso, que participou no Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que o investimento foi concretizado com alguns amigos.
O rasto financeiro de Morais Sarmento é revelado por uma enorme investigação levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas.
Manuel Pinho, antigo ministro da Economia de José Sócrates, surge associado a três offshores, tornadas públicas no processo EDP.
Pinho recebeu, através da Tartaruga Foundation, quando ainda estava no Governo, uma avença mensal de 15.000 euros. Na origem estava o chamado "saco azul do GES", a Blackwade, usada para a compra de um partamento no centro de Nova Iorque e a Mandalay.
Ao Expresso, o antigo ministro da Economia de José Sócrates, fala em transparência total e diz que não tem nenhum rendimento por declarar às autoridades fiscais.
Vitalino Canas também está associado ao Pandora Papers. Há um ano, o antigo secretário de Estado de António Guterres, tentava ser nomeado presidente do Tribunal Constitucional.
O antigo porta-voz do PS, quando José Sócrates era primeiro-ministro, surge na investigação por ter recebido, em 2012, uma procuração para agir em nome de uma empresa registada nas ilhas Virgens Britânicas.
Vitalino Canas diz que a identificação de clientes ou eventual existência de procuração para a prática de certos atos, não estava sujeita a registo de interesses na Assembleia da República.
A investigação partiu de uma enorme fuga de informação sobre paraísos fiscais.