Presente em Paris para debater bilateralmente temas de agenda com o ministro francês Laurent Fabius, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo defendeu uma solução negocial para o conflito ucraniano.
"Os ucranianos devem falar entre eles para resolver a situação. Todas as partes devem agir com moderação e esperamos que a negociação seja a solução para esta crise", disse o ministro brasileiro aos jornalistas.
“A Ucrânia é um país amigo do Brasil, estamos a seguir (a situação) com muita atenção e apoiamos todos os esforços do secretário-geral das Nações Unidas para negociar o problema", garantiu Luiz Alberto Figueiredo.
Referindo que Brasil e França têm a mesma posição sobre a tensão na Ucrânia, o ministro brasileiro acrescentou querer "uma solução entre todos, num quadro de respeito pelo povo e vontade dos ucranianos".
Também o ministro francês dos Negócios Estrangeiros sublinhou que "a França e o Brasil têm a mesma posição em relação à situação na Ucrânia" e que a França pretende "que o diálogo se possa instalar entre os russos, os ucranianos e os outros países".
Laurent Fabius acrescentou que "é claro que o referendo foi concretizado em contradição com a Constituição ucraniana e as regras internacionais", pelo que "é necessário sancionar" com "firmeza e vontade de diálogo".
O ministro francês acrescentou que a França propõe o envio de observadores para a Ucrânia e apela a um acordo entre ambas as partes para que não sejam utilizadas forças militares.
A deslocação de Luiz Alberto Figueiredo a Paris serviu também para abordar com o homólogo francês projetos de cooperação entre os dois países, com destaque para a assinatura de um protocolo de cooperação fronteiriça entre o Brasil e a Guiana Francesa. Este irá permitir deslocações e transações comerciais entre a região de Oiapoque, no Brasil, e São Jorge de Oiapoque, na Guiana Francesa.
Estiveram também em cima da mesa assuntos da atualidade internacional assim como projetos estratégicos de cooperação e comércio entre os dois países.
A visita de Luiz Alberto Figueiredo a Paris acontece na sequência da visita que o Presidente francês, François Hollande, fez há três meses ao Brasil, para intensificar a cooperação entre os dois países.
Com Lusa