O Rock in Rio, um dos maiores festivais musicais do mundo, vai abrir portas a 19 de maio, no parque da Bela Vista, em Lisboa, e uma das novidades desta edição é a angariação de ajuda para cumprir o objetivo de plantar, pelo menos, um milhão de árvores autótones na bacia do rio Xingu, na Amazónia brasileira.
A associação de defesa do ambiente Quercus juntou-se a outras organizações e está a colaborar com o festival para promover esta iniciativa, integrada no projeto Amazónia Live, como disse à agência Lusa um dos seus vice-presidentes, Nuno Sequeira.
"É um projeto mundial e a capacidade de mobilização de uma iniciativa deste tipo é muito grande", apontou Nuno Sequeira, explicando que os portugueses podem participar com um donativo destinado à compra de árvores.
O donativo pode ser concretizado no site do Rock in Rio, "com um valor mínimo pouco abaixo de um euro (depende da cotação da moeda brasileira), correspondente à plantação de uma árvore", referiu.
Depois, durante os cinco dias do festival, podem ser compradas pulseiras pelo valor equivalente a uma árvore a plantar na Amazónia.
Até à data do início do festival, a organização vai apostar em várias formas de promover este projeto e criar outros incentivos à participação dos apreciadores de música, dos defensores do ambiente, mas também de todos os outros cidadãos.
Nuno Sequeira recordou a importância da floresta tropical, como a Amazónia, para o equilíbrio do planeta, nomeadamente a conservação de espécies em risco, a absorção de dióxido de carbono ou a regulação do clima.
E se "os benefícios da Amazónia são sentidos em todo o planeta, os prejuízos consequência da sua destruição também o são", realçou.
O projeto global Amazónia Live tem como meta plantar pelo menos três milhões de árvores em áreas desmatadas até 2019.
Além da plantação de árvores, no início de abril, o Rock in Rio também anunciou um concerto com o tenor Plácido Domingo e a cantora brasileira Ivete Sangalo em agosto num palco flutuante montado na floresta amazónica.
Em declarações à agência Lusa, aquando da apresentação da iniciativa no Rio de Janeiro, Roberto Medina, presidente do Rock in Rio, reforçou que a Amazónia é o "grande palco do mundo" e, por isso, a sociedade tem obrigação de cuidar da floresta.
"O projeto não beneficia apenas o Brasil, mas todos os países do mundo. A Amazónia tem 20% da água doce do mundo e transpira 20 mil milhões de litros de água por dia. Ela interfere no meio ambiente do planeta como um todo", destacou.
A desflorestação é um dos problemas apontados como responsáveis pelas alterações climáticas, por quebrarem o equilíbrio natural relacionado, por exemplo, com a captação do dióxido de carbono.
Lusa