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Entrevista SIC Notícias

Taylor Swift transmite "uma mensagem construtiva" aos jovens

Tânia Gaspar analisa o impacto que Taylor Swift tem nos jovens e no seu desenvolvimento. A psicóloga clínica afirma que o sentimento de pertença a uma espécie de "tribo", onde têm gostos e formas de vestir idênticas, "é saudável e é normal", desde que não seja excessivo.

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O fenómeno Taylor Swift é conhecido em todo o mundo e chega pela primeira vez a Portugal. Tânia Gaspar explica o impacto que este fenómeno tem nos jovens e diz que a cantora é "um modelo positivo".

O psicóloga clínica começa por dizer que antes de se perceber o fenómeno o importante é perceber "qual é a função que a música tem" na vida dos jovens.

Segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde "a música é a terceira atividade que os jovens utilizam mais frequentemente".

Tânia Gaspar diz que estes dados se explicam "porque a música tem por um lado um bem-estar e uma companhia e, por outro lado, tem a gestão das emoções, portanto, muitas vezes faz sentir emoções e ajuda a gerir algumas emoções". Para além disto "também, como aqui é o caso, há a questão das letras".

"Portanto, estas letras têm significado, contam histórias e (...), no fundo, contam períodos da sua vida, a sua relação com o desenvolvimento" e os jovens identificam-se com o que ela diz.

A diretora do Serviço de Psicologia, Inovação e Conhecimento (SPIC) acrescenta que a cantora é "um modelo positivo" e refere que, através das canções e do que defende, transmite uma "mensagem construtiva".

Sentimento de pertença a uma espécie de "tribo" é "saudável e normal"

Tânia Gaspar explica também que este sentimento de pertença a uma espécie de "tribo", onde têm gostos e formas de vestir idênticas, que os fãs da cantora têm "é saudável e é normal" desde que não seja excessivo.

"Agora, claro que esta questão da identidade, no fundo, em última análise, terá que ser própria (...) Se a pessoa realmente acaba por se identificar demasiado e não consegue também encontrar os seus próprios fatores" já não é benéfico.

A psicóloga termina a análise a explicar que esta admiração passa a ser obsessiva quando o ídolo deixa de ser um modelo" e a pessoa "perde a sua identidade para tomar a de outra pessoa".

"É natural agora nesta altura do concerto, tudo isto esteja mais aceso, mas se no dia a dia a pessoa deixa de estudar, a pessoa deixa de estar com os amigos, deixar de fazer atividades familiares, já é mais preocupante".
"Para já não permite que a pessoa desenvolva outras coisas e, por outro lado, vai criar um vazio de identidade, porque realmente ela é uma rapariga, não é a Taylor Swift e, portanto, vai ter que criar a sua própria identidade", conclui.
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