Economia

Deco pede ao Parlamento abertura de inquérito ao caso BES

A Associação de Defesa do Consumidor Deco pediu hoje aos grupos parlamentares a abertura de um inquérito para apurar "os atos" adotados pelo Governo e pela administração do BES no âmbito da insolvência técnica da instituição.

(Arquivo/Reuters)
REUTERS

Em comunicado, a Deco adianta que pediu aos presidentes dos grupos parlamentares  a abertura de um inquérito parlamentar na sequência dos recentes acontecimentos  ocorridos relativamente ao Banco Espírito Santo (BES), nomeadamente, a sua  situação de insolvência técnica e a ausência de garantias relativamente  aos consumidores.  

A associação de consumidores exige que sejam apuradas responsabilidades  quer da administração do banco, quer dos auditores, passando pelas entidades  supervisoras -- como o Banco de Portugal --, pelo próprio ministério das  Finanças e pelo Presidente da República,   
  
A associação de defesa dos consumidores anunciou também ter disponibilizado  na quarta-feira, na sua página da Internet, um formulário de "denúncia para  pequenos acionistas e investidores lesados" pelo BES.  
  
O objetivo, adiantou a Deco, é reunir dados que permitam encontrar a  melhor forma de defender estes consumidores.  
  
Além do formulário online, a Deco disponibiliza também uma linha de  apoio financeira: 808 200 147 ou 218 418 789.  
  
A Deco lembrou que a "falência inesperada do BES deixou centenas de  consumidores sem uma boa parte das economias que amealharam durante anos". 
  
A associação adianta ainda que, numa semana e meia, chegaram à Deco  mais de 1000 queixas e pedidos de ajuda quer dos "depositantes, que viram  as suas poupanças transferidas sem percalços para o Novo Banco, quer dos  pequenos investidores, cujos ativos ficaram na posse do antigo BES e dificilmente  serão recuperados".  
  
A Deco entende que "as falhas de gestão e de transparência que envolveram  o caso BES são desastrosas e não podem ser resolvidas à custa dos pequenos  investidores. Ainda que o investimento em ações e obrigações tenha riscos,  os contornos deste processo estão muito longe dos de uma falência normal". 
  
De acordo com a associação, é inexplicável como, no espaço de dois ou  três dias, e de acordo com as contas apresentadas pelo próprio BES, a instituição  tenha passado de um valor contabilístico de 4,2 mil milhões de euros para  um buraco financeiro ainda por calcular.  
  
      
Lusa