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Reforço do apoio às famílias. "Não é ironia dizer que pode acontecer já depois do fim do estado de emergência"

José Gomes Ferreira em análise na SIC Notícias.

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O Governo quer alargar a ajuda aos pais que estão em casa com os filhos. Há casos em que o ordenado pode ser pago por inteiro e há pais que passam a poder trocar o teletrabalho para se dedicaram exclusivamente ao acompanhamento das crianças.

Em conferência de imprensa após a reunião da Concertação Social, Ana Mendes Godinho disse que vão passar a existir "três situações" em que essa opção será possível, sendo uma delas o caso das famílias monoparentais, a dos pais que têm a cargo crianças "até ao final do primeiro ciclo" e ainda as famílias "em que haja a cargo uma pessoa dependente com deficiência igual ou superior a 60% de incapacidade".

O apoio corresponde atualmente a dois terços da remuneração base do trabalhador, mas Ana Mendes Godinho afirmou que também aqui haverá mudanças: nos casos em que haja partilha do apoio entre os dois progenitores e também nas famílias monoparentais, o apoio passará a ser de 100%.

José Gomes Ferreira, em análise na SIC Notícias, diz que este alargamento dos apoios às famílias "é uma melhoria das condições", mas é importante perceber quando vai acontcer.

"O Governo decidiu agora, está a anunciar aos parceiros sociais, precisa de pôr toda a máquina em funcionamento para se tornar efetivo o pagamento, quando vai acontecer? Em bom rigor não é ironia dizer que pode acontecer já depois do fim do estado de emergência."

Plano de Recuperação e Resiliência

O documento prevê 36 reformas e 77 investimentos em Portugal nas áreas sociais, clima e digitalização, num valor total de cerca de 14 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido e 2,7 mil milhões de euros em empréstimos.

José Gomes Ferreira explica que este plano serve para "recuperar aquilo que foi destruído pela pandemia", no entanto acrescenta que o Estado vai "captar 80% das verbas ou mais".

"Eu olho para este plano e pergunto-me: como é que é possível que o Estado apareça a canalizar para as suas próprias estruturas da administração pública mais de 75% das verbas (...) passando um atestado de incompetência à maior parte das empresas como se não fossem capazes de distribuir e aplicar bem o seu dinheiro para se modernizar?"