A companhia aérea portuguesa TAP está com quebras operacionais de 93%. O presidente executivo, Ramiro Sequeira, e o presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, foram ouvidos esta terça-feira no Parlamento e dizem que a companhia não aguenta os próximos meses sem avançar com a reestruturação.
Com o olhar colocado em 2022, o plano de reestruturação da companhia aérea posiciona a empresa com a retoma prevista para esse ano. A TAP mantém assim mais aviões e mais trabalhadores em 2021, mesmo que não sejam necessários.
Desta forma, salvaguarda os postos de trabalho, permite maior rotatividade entre aviões e fica já dimensionada para as horas de voo previstas para o próximo ano. Ramiro Sequeira e Miguel Frasquilho garantem que o plano é cuidadoso e que o retorno será grande.
Com quebras operacionais de 93%, Ramiro Sequeira diz que a empresa é insustentável e que os cortes terão de avançar já, como ou sem a aprovação de todos os sindicatos. Miguel Frasquilho afirma que a TAP vai ter de mudar de vida e que a massa salarial não poderá voltar aos níveis de 2019.
O objetivo para a companhia é atingir o ponto de equilíbrio entre despesa e receita já em 2023. O que vai permitir que, em 2025, haja fluxo de caixa suficiente para começar a pagar a dívida da TAP.
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