O presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos esteve no Parlamento esta quarta-feira para ser ouvido no âmbito da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar relativamente às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
Sobre a solução encontrada para financiar o Fundo de Resolução, em que as principais entidades bancárias são as que mais contribuem para o Fundo de Resolução, Paulo Macedo contabiliza a contribuição da Caixa desde 2014 em cerca de 40 milhões de euros em média por ano.
"Para o Fundo de Resolução, a CGD tem pago uma média de 40 milhões ano. No fundo, isto representa um imposto de porta aberta. Sem o banco ter feito nada, no dia 1 de janeiro, a única coisa que acontece é não fez uma transação, não fez uma operação, não fez absolutamente nada e, portanto, variando tem um encargo de 40 milhões de euros"
Paulo Macedo considera que a solução encontrada para o BES foi a melhor possível, que "evitou que houvesse uma maior instabilidade no sistema financeiro. Portanto, foi importante ter resolvido o problema".
Paulo Macedo deixou ainda uma nota de concordância, a ideia de que deveria ter existido "um maior envolvimento" dos credores do então Banco Espírito Santo (BES).
O CEO da Caixa Geral de Depósitos acrescenta que o desejo do banco público é que o processo relativo ao financiamento ao Novo Banco acabe:
"O que, pessoalmente, a Caixa deseja é que este processo acabe, que sejam definidos os custos, que seja algo totalmente previsível, que é o que todas pessoas do setor financeiro, e não só, apreciam", disse hoje Paulo Macedo aos deputados.
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