O relatório preliminar da comissão de inquérito sobre o Novo Banco conclui que a supervisão falhou em toda a linha. O deputado relator considera que o Banco de Portugal (BdP) chegou sempre tarde aos problemas, que foram identificados ao longo de vários anos.
Depois de 56 audições, uma das conclusões sublinhada pelo relator do relatório preliminar é que, até à resolução do BES, o BdP foi tudo menos eficaz e chegava “sempre tarde aos problemas”.
O documento aponta críticas a Carlos Costa, antigo Governador do BdP, por não ter dado utilidade a um relatório que analisou a conduta da entidade. Fernando Anastácio afirma que este documento “era uma pedra no sapato muito forte para a administração do BdP”.
As várias audições levam o deputado relator a outra conclusão sobre a relação dos grandes devedores com o Grupo Espírito Santo: afirma que existia “uma relação promiscua, de dependência” entre o grupo e os que foram ouvidos na comissão de inquérito.
O relatório feito pelo deputado socialista critica ainda a administração atual do Novo Banco, a Comissão Europeia e o Governo de Pedro Passos Coelho. PSD, CDS e IL dizem que o documento tem dois pesos e duas medidas.
Antes de ser votado, o relatório pode ser alvo de alterações por parte dos partidos. As conclusões serão depois enviadas ao Ministério Público.
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