Economia

Preço do gás e do petróleo dispara após discurso de Putin

As principais bolsas europeias estavam mistas esta quarta-feira, numa sessão marcada por uma "mobilização parcial" das tropas russas para combater na Ucrânia.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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Vladimir Putin falou aos russos esta quarta-feira. No seu discurso, anunciou uma mobilização parcial das forças da Rússia e o mercado das matérias-primas reagiu.

O Presidente russo anunciou uma "mobilização parcial" dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito. A medida, que entra já em vigor, obedece à necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, sublinhou Putin na mensagem transmitida pela televisão.

As principais bolsas europeias estavam mistas esta quarta-feira. Às 09:30, em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 0,93% para 404,35 pontos. As bolsas de Paris, Frankfurt e Madrid desciam 0,05%, 0,34% e 0,04%, enquanto as de Londres e Milão valorizavam-se 0,54% e 0,51%.

Depois de abrir em alta, a bolsa de Lisboa mantinha a tendência, às 09:30, com o principal índice, o PSI, a subir 0,83%, para 5.820,44 pontos. O preço do petróleo Brent para entrega em novembro subiu fortemente. Cerca das 9:15, o petróleo estava a subir quase 3% face a terça-feira, para 93,25 dólares por barril.

O grande foco de atenção do dia serão as decisões de política monetária da Fed e finalmente saber se as taxas de juro diretoras vão subir 75 pontos base ou 100 pontos base, como apontam alguns analistas. A Fed também vai apresentar as previsões macroeconómicas, que tal como antecipam os analistas, deverão ser revistas em baixa.

Os juros das dívidas soberanas continuam a sua escalada devido à antecipação de que os bancos centrais vão continuar a subir fortemente as taxas de juro diretoras, mas esta quarta-feira estavam a suavizar a subida, estando os dos EUA a 10 anos a descerem para 3,53% (contra 3,56% na terça-feira) e os da Alemanha a recuarem para 1,88% (contra 1,9%).

Os juros de Itália a 10 anos também suavizavam a subida, mas continuavam acima de 4,133%, níveis próximos de máximos desde 2011, com os investidores pendentes das eleições do próximo domingo. Depois do Banco da Suécia ter subido na terça-feira a taxa de juro diretora em 100 pontos base, o Banco do Japão inicia hoje a reunião de política monetária de dois dias com os olhos postos na debilidade do iene face ao dólar.

Na terça-feira, o Banco da China manteve a taxa de juro de referência em 3,65%, depois da redução de cinco pontos base decidida há um mês. Na terça-feira, a Bolsa de Wall Street terminou em baixa, com o Dow Jones a descer 1,01% para 30.706,23 pontos, contra o máximo desde que foi criado em 1896, de 36.799,65 pontos, registado a 4 de janeiro deste ano. O Nasdaq fechou a desvalorizar-se 0,95% para 11.425,05 pontos, contra o atual máximo, de 16.057,44 pontos, verificado a 16 de novembro do ano passado.

A nível cambial, o euro abriu em baixa, abaixo da paridade, no mercado de câmbios de Frankfurt, a cotar-se a 0,9904 dólares, um mínimo desde 2002, contra 0,9980 na terça-feira. O barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu com tendência ascendente no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, a cotar-se a 93,00 dólares, contra 90,62 dólares na terça-feira, depois de ter descido até ao mínimo de 88,00 dólares a 7 de setembro.