A TAP anunciou a renovação da frota automóvel de administradores e chefias, mas 24 horas depois fez marcha-atrás e suspendeu a encomenda de 50 carros da marca BMW. O porquê é a dúvida de José Gomes Ferreira, dando razão aos “primeiros críticos: os trabalhadores".
“Ontem seria um bom negócio, apontando para uma poupança de 630 mil euros por ano (…) [Mas] afinal parece que essa poupança não era assim tão verdadeira. Se já não é rentável então porque é que era feita?”, questiona.
Mas há mais perguntas sem resposta. “É anunciada uma poupança, mas em relação a quê à continuação dos contratos atuais ou em relação a uma alternativa. Ninguém percebeu, a fazer fé no que disse a administração da TAP haveria uma poupança de 630 mil euros e agora já não há?”
O que terá, então, feito a empresa recuar? “A imagem pública, obviamente, e continuo a achar que não está explicada a real poupança. Temos uma situação de uma empresa que tinha sido privatizada, tinha parceiros privados, tinha dificuldades é certo mas havia um plano, uma estratégia, (…) depois houve o percurso que se sabe e a pandemia, que provocou um descalabro do qual ninguém é culpado, obviamente”
Mas “todo este percurso é errático” e a imagem que os portugueses têm é "a imagem de bolsos a perderem dinheiro num dossiê que é igual em volume ao da venda do Novo Banco. Neste caso ficou o contribuinte por decisão política deste Governo obrigado a repor a falta de capital comido pela própria exploração, que era altamente deficitária. Agora aparecem a dizer que tem de ser reprivatizada. Nada disto tem uma sequência lógica de boa gestão”
José Gomes Ferreira lembra ainda que está em causa "uma empresa intervencionada e que nos está a custar tanto como o Novo Banco - 3.200 a 3.700 milhões de euros".
“Isto é um novo Novo banco que temos de pagar. E quero perceber se vamos ficar pelos 3.200 milhões de euros, o limite mais baixo da recapitalização ou se vamos ficar pelos 3.700 milhões. Os 500 milhões de euros de diferença dão para construir um grande hospital em Portugal”