Os Governos de Portugal, França e Espanha alcançaram esta quinta-feira um acordo para acelerar as interconexões ibéricas, abandonando o projeto existente, destinado apenas ao gás, por um outro que prevê um gasoduto marítimo para transportar também hidrogénio verde.
"Chegámos a acordo – os três governos – de subsistir o projeto do MindCat por um novo projeto, que se irá chamar um corredor de energia verde, que irá unir a Península Ibérica a França e, portanto, ao mercado energético europeu, através da alternativa Barcelona e Marselha, criando um pipeline [gasoduto] para o hidrogénio verde e também durante a transição para o gás, entre Barcelona e Marselha", anunciou o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, na chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas, e após uma reunião entre os três líderes esta manhã.
António Costa indica que o gasoduto está "vocacionado" para o hidrogénio verde", podendo ser utilizado também como transporte de gás natural até certa proporção.
Para além disso, o primeiro-ministro indica que serão reforçadas também as interconexões elétricas.
“É uma boa notícia, está ultrapassado um dos bloqueios mais antigos na Europa. Acho que é um bom contributo que Portugal, Espanha e França dão para o conjunto da Europa de como é possível, ultrapassando bloqueios, ajudar aos países solidariedade comum que todos necessitamos para enfrentar esta crise”, defende o primeiro-ministro, António Costa.
Segundo António Costa, os líderes dos três países voltarão a reunir-se “no início de dezembro com o objetivo de concretizar este entendimento, que contribuirá para pôr fim ao isolamento energético da Península Ibérica, para a transição energética e para a segurança de abastecimento da União Europeia (UE) no seu conjunto”.
Faltará agora, segundo o chefe de Governo português, “acertar os pormenores, do ponto de vista técnico”, em termos de financiamento europeu, nomeadamente através do que a Comissão Europeia pode destinar às interconexões europeias.
O presidente do Governo espanhol adianta que o novo corredor verde vai ligar Barcelona e Marselha, que é um grande pólo petroquímico, para transportar gás natural e hidrogénio.
O Presidente francês sublinhou a importância deste acordo e afirmou que o objetivo de estarem ligados ao resto do continente é “reforçado”.