Economia

Amazon prepara-se para despedir 10 mil funcionários

Amazon prepara-se para despedir 10 mil funcionários
Brendan McDermid

Cortes no número de colaboradores deverão começar ainda esta semana.

A Amazon prepara-se para despedir cerca de 10 mil funcionários, aponta o New York Times. A confirmar-se a notícia, esta será a maior onda de despedimentos da história da gigante tecnológica.

Os cortes no número de pessoal começarão, ao que tudo indica, ainda esta semana e o foco serão as áreas de retalho, dos recursos humanos e da logística dos dispositivos, relata fonte anónima da empresa à publicação norte-americana.

Esta vaga de despedimentos vai afetar cerca de três por cento do número de colaboradores da Amazon e menos de um por cento da força de trabalho global, que conta com mais de 1,5 milhões de trabalhadores.

No entanto, uma parte significativa do pessoal é constituída por trabalhadores sazonais, recrutados em períodos de maior atividade, nomeadamente na época do Natal. A Amazon tinha indicado há duas semanas que ia fazer uma pausa na contratação devido à incerteza na economia.

Contactada pela AFP, a empresa não reagiu de imediato à informação sobre os despedimentos.

Meta e Twitter já tinham anunciado despedimentos em massa

Esta não é a primeira grande empresa à escala mundial a avançar com uma medida semelhante. A Meta, que detém o Instagram e o Facebook, já tinha anunciado que iria terminar o vínculo com mais de 11 mil funcionários, cerca de 13% da totalidade de colaboradores da tecnológica.

“Não há escolha quando a empresa está a perder cerca de quatro milhões por dia”, referiu Elon Musk, que comprou recentemente a rede social Twitter, ao revelar que a empresa iria proceder a um corte no número de pessoal. É mais uma das grandes marcas do setor tecnológico a adotar esta medida, que tem como objetivo principal reduzir os custos.

Lucros recorde antecederam cortes nas despesas

Em dois anos a empresa fundada por Jeff Bezos alcançou lucros recorde, devido à pandemia e aos sucessivos confinamentos. Para dar resposta à elevada procura, a empresa viu-se obrigada a duplicar o número de funcionários em apenas dois anos.

Neste caso em particular, primeiro veio a bonança e só depois chegou a tempestade. A gigante tecnológica viu agora a sua taxa de crescimento cair para o menor valor em duas décadas. Os lucros diminuíram consideravelmente, numa altura pós-investimentos históricos.

A situação chegou a um ponto crítico que obrigou a empresa a apertar o cinto. Recentemente encerrou vários serviços, tais como o “Amazon Care”, que funcionava como seguro de saúde. O “Scout” foi outro dos serviços que chegaram ao fim da linha. A Amazon terminou a produção do robô que entregava encomendas de forma autónoma.

A redução de despesa por parte da empresa norte-americana já tinha resultado no despedimento de cerca de 80 mil funcionários, desde abril até setembro, segundo revela o New York Times.

A inflação e a regressão no volume de vendas levam a Amazon por um caminho pouco desejado pelos responsáveis empresariais, que se veem agora abrigados a reverter os planos de expansão que tinham programado nos últimos dois anos.

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