Apesar da polémica, a presidente executiva da TAP garante que tem condições para continuar no cargo. Com um salário anual superior a 500 mil euros, Christine Ourmières-Widener terá direito a um bónus daqui a dois anos, se o plano de reestruturação for cumprido. Mas não quis revelar o valor, apesar da insistência dos deputados.
"A maior parte das pessoas diz-me que ser CEO da TAP é talvez o trabalho mais difícil deste país. Eu tenho trabalhadores a vir ao meu gabinete, quando o salário de um diretor é publicado com o nome, as pessoas vão chorar ao meu gabinete. As pessoas veem os seus nomes nos jornais, toda a vida delas, com as pessoas a lerem quanto é que eles ganham... e essas pessoas trabalham noite e dia para alcançar resultados. Sim, é difícil. As pessoas estão a sofrer", afirmou Christine Ourmières-Widener.
Público é também o salário da presidente executiva: 504 mil euros por ano. Christine Ourmières-Widener garante que é 37% mais baixo que o do antecessor e que toda a equipa de gestão ganha hoje menos 40% do que a anterior.
Contrato de Christine Ourmière-Widener prevê um bónus
"Se a senhora sair por causa de um erro grave, continua a ter direito ao bónus e, se o tem, qual é o valor?", questionou Paulo Moniz, do PSD.
"Tenho um bónus se o plano de reestruturação for plenamente cumprido. Estamos a falar de algo que será no culminar, em 2025", explicou a CEO da TAP.
"Gostaria de saber qual é esse bónus, se está publicado em algum relatório da TAP e se esse bónus pode ser recebido em caso de despedimento por justa causa. Já foi aqui feita a pergunta, não foi para mim clara a resposta", insistiu Mariana Mortágua, do BE.
Duas perguntas a que a presidente da TAP não deu resposta. Como não explicou também se houve violação do estatuto de gestor público no caso de Alexandra Reis e apontou conclusões para a investigação em curso.
Mas Christine garante que tem todas as condições para continuar à frente da TAP.
"Tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, completamente de boa-fé ao contratarmos aconselhamento jurídico e pedirmos a autorização".
Diz que já foi contactada pela Inspeção-Geral das Finanças e pela CMVM, que estão a investigar o caso, e assegura colaboração total.