Economia

Análise

"O ideal em termos de apoio a quem precisa é o apoio ao rendimento"

A medida que isenta de IVA um cabaz de 46 alimentos considerados essenciais entra esta terça-feira em vigor. Este é o principal tema em análise no comentário de José Gomes Ferreira.

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Esta terça-feira está a ser marcada pela descida do IVA para zero em 46 produtos. José Gomes Ferreira comenta esta medida faz ainda uma análise ao aumento das pensões, anunciado pelo Governo esta segunda-feira.

"Esta medida, em bom rigor, terá algum efeito, é preciso reconhecê-lo, mas o efeito é bastante limitado. Em primeiro lugar não é um desconto substancial, é o desconto de 6%", começa por dizer ao início da tarde, na SIC Notícias

"É um desconto que abrange todas as classes sociais, desde o mais pobre ao mais rico que vá ao supermercado, ou o que mande fazer as compras, nem sequer lá vá, também beneficia e não precisaria disso"

Qual o impacto que esta redução terá nas famílias mais vulneráveis?

"O ideal em termos de apoio a quem precisa é o apoio ao rendimento para que as pessoas depois possam, com a sua liberdade de escolha, poder comprar tendo já o apoio ao rendimento é muito mais certeiro".

"Ao contrário do que inicialmente se previa, a verdade é que entretanto os preços moderaram por razões que têm a ver com o ciclo económico e agora é mais fácil fazer o aferidor, ou seja, comparar o preço por quilo que existia antes e o que existe agora, sendo certo que pode haver subidas".

Apesar de se registar uma descida nos preços, José Gomes Ferreira defende que “o que faz a diferença é o apoio direto, nomeadamente os 30 euros por mês que dão 90 euros por trimestre, acrescido de mais 15 por cada filho”.

Atitude proativa de verificação

"É impossível controlar 60, 70, 100 mil postos de venda em Portugal, que é o que existe (...) Não haverá fiscalização em todos os pontos. Mais uma vez, a eficácia será relativa", sendo também por isso importante um atitude proativa de verificação.

Aumento das pensões

O primeiro-ministro anunciou, esta segunda-feira, um aumento de 3,57% das pensões no próximo mês de julho e garantiu que não haverá qualquer perda de poder de compra dos pensionistas, recusando a tese de recurso a truques ou ilusões.

José Gomes Ferreira faz também uma análise crítica a este anúncio, acusando o primeiro-ministro de "truques de ilusionismo e de retirar a base de cálculo".